Desvalorização do milho passa de 43% em Mato Grosso, diz Imea Cereal exibe fortes quedas desde o início de 2023, baixa essa que se intensificou ainda mais nos últimos meses.
Segundo os dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço da saca do milho, em Mato Grosso, registra desvalorização anual de mais de 43%.
Conforme o Imea, o cereal vem exibindo fortes quedas desde o início de 2023, baixa essa que se intensificou ainda mais nos últimos meses.
“Para se ter ideia, o preço médio disponível na semana do último dia 28 ficou cotado a R$ 33,23/sc e apresentou desvalorização de 43,18% ante o mesmo período do ano passado, quando havia fechado em R$ 58,48/sc. Esse cenário é em decorrência do aumento da disponibilidade do cereal no mercado interno, do déficit de armazenagem e da perspectiva de uma produção de 50,15 milhões de toneladas, 14,39% a mais que a safra 2021/22”, explicam os analistas do Imea.
Além da forte pressão interna, para as próximas semanas, o preço do cereal poderá ainda ser impactado pelas oscilações da Bolsa de Chicago/CMEGroup, devido à produção da safra americana ainda estar em aberto e ao aumento das tensões entre a Rússia e a Ucrânia.
Ainda conforme o Imea, a safra 2022/23 de milho encerrou julho com quase 100% da área colhida.
Relatório apontou que, até o dia 28, 91,62% do milho safrinha estavam colhidos, revelando ainda um ligeiro atraso frente ao ritmo observado em igual momento do ano passado, quando os trabalhos somavam 97,95% da superfície.
DEMANDA - Na parte da demanda da safra 2021/22, o Imea aumentou a estimativa para 43,62 milhões de toneladas de milho, em julho deste ano, alta de 1,16% ante a estimativa do mês anterior.
Esse incremento foi puxado pelo aumento nas expectativas de consumo interestadual em 10,04% e consumo Mato Grosso de 2,37%, ficando em 5,26 milhões de toneladas e 12,12 milhões de toneladas, respectivamente.
Assim, a estimativa de estoque para a safra 2021/22 ficou em 230,02 milhões de toneladas de milho.
Já para a demanda da safra 2022/23, o aumento foi de 1,47% ante ao mês passado, totalizando 49 milhões de toneladas.
Puxado pela alta de 11,38% no consumo interestadual, devido à expectativa de um maior escoamento de milho para outros estados em consequência da queda no preço em Mato Grosso.
Além disso, foi projetado um consumo de 250 mil toneladas para aquisições públicas, a primeira intervenção do governo Federal após o preço do milho em Mato Grosso ficar abaixo do preço mínimo estipulado pela Conab.
“Vale destacar, que esse número pode ser reajustado conforme novas atualizações do governo Federal. Por fim, com uma oferta de 50,38 milhões de toneladas e uma demanda de 49 milhões de toneladas para a temporada 2022/23, os estoques finais estão previstos em 1,38 milhão de toneladas, retração de 3,44% ante a divulgação de junho/23 e 497,82% quando comparado com a safra 2021/22”.
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