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Quarta - 16 de Agosto de 2023 às 09:09
Por: Redação Primeira Página

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Trinta lideranças indígenas de Mato Grosso vão aprender a instalar e fazer a manutenção de placas solares, que vão beneficiar diretamente suas terras indígenas. A atividade é realizada pelo Projeto Escola Oficina Solar, aprovado em edital do Programa REM MT, e vai iluminar a autonomia e bem viver de 5 povos indígenas do estado.

Curso para indigenas 230 indígenas participam de projeto. (Foto: Divulgação)

A oficina é realizada no departamento de eletrônica e eletrotécnica, do IFMT (Instituto Federal de Mato Grosso). Serão beneficiadas as etnias Bakairi, Xavante, Yawalapiti, Wauja e Guató.

Presidente do Instituto Yukamaniru de Apoio às Mulheres Indígenas Bakairi, Darlene Taukane, aponta que o curso surgiu para atender a enorme necessidade e reivindicação de povos indígenas pelo acesso básico à rede de distribuição de energia.

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Dificuldades de comunicação e falta de saneamento básico são as principais queixas dos povos, segundo Darlene que contou que foram procurados pela etnia Yawalapiti sobre instituições que poderiam comprar placas solares e pensaram que seria a oportunidade de levar esse sonho para outras aldeias.

Foi então que a ideia se acendeu, e o Instituto I9sol se uniu ao IFMT e ao Programa REM MT. O objetivo do projeto é capacitar diversas comunidades indígenas de Mato Grosso, para que elas dominem conhecimentos, produzam e mantenham painéis para a geração de energia solar para satisfazer as demandas críticas de suas regiões.

Curso para indigenas 1Oficina é realizada no departamento de eletrônica e eletrotécnica do IFMT. (Foto: Divulgação)

Além disso, segundo o diretor do Instituto I9sol de Inovação e Soluções e Sustentabilidade, Villi Seilert, a ideia é que no futuro eles se beneficiem da geração fotovoltaica.

De acordo com Villi, é que os indígenas possam ser técnicos em manutenção, mas também proprietários de cooperativas de geração de energia, que a legislação brasileira permite para qualquer pessoa no país.

Ainda segundo Villi, eles têm muito a ganhar, já que hoje 1 quilowatts está na medida de R$ 0,80 a R$ 1,25 em Mato Grosso, dependendo da bandeira e período.


Para Marcos Ferreira, coordenador do Programa REM, a geração de energia elétrica por meio de painéis fotovoltaicos nas aldeias é um grande avanço. Agora, além de gerar energia, os próprios indígenas constroem, instalam e fazem manutenção destes painéis, o que avalia que irá melhorar as condições de vida nas aldeias.


Problemas causados pela falta de acesso à energia

A presidente da Takiná (Organização de Mulheres Indígenas de Mato Grosso), Alessandra Guató, relata que a falta de eletricidade afeta o funcionamento básico da saúde e educação da comunidade.

O curso também traz autonomia e independência aos indígenas. Idelson Xavante, por exemplo, conta que uma placa solar de uma aldeia próxima a sua estragou e a comunidade teve dificuldade para arrumá-la.

Com a capacitação, eles não vão mais precisar depender de um técnico que vá até a aldeia, na terra indígena Sangradouro, para fazer a manutenção.

Realizada no departamento de eletrônica e eletrotécnica, o diretor do IFMT, Alceu Aparecido Cardoso comenta sobre a importância da instituição ampliar o compartilhamento de conhecimento científico e acadêmico para povos indígenas e comunidades tradicionais, visando a valorização das condições de vida.





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