Prints mostram impaciência de prefeito com empresário em suposta cobrança de propina
Em uma das conversas obtidas na apuração do Núcleo de Ações de Competências Originárias (NACO) do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), entre o prefeito de Diamantino, Manoel Loureiro Neto (MDB) e o empresário Alessandro Souza de Carvalho, que fez a denúncia, Loureiro demonstrou seu descontentamento com Carvalho, que não fez um pagamento da propina. Em outra conversa o prefeito diz que o dinheiro serviria para pagamento de despesa pessoal.
Prefeito de Diamantino foi alvo da Operação Avaritia, deflagrada no último dia 15 de agosto. Ele é acusado de cobrar 10% de propina para pagamento dos serviços da construtora do empresário Alessandro Souza de Carvalho.
Carvalho procurou o MP após suposta insistência do prefeito pelo pagamento de propina para a liberação dos valores que deveriam ser repassados à empresa.
Diálogo entre os dois começou por parte de Loureiro, que entrou em contato com Carvalho dizendo que tomou conhecimento de suposta propina paga pela empresa dele para vencer licitação. Depois disso o chefe do Executivo municipal teria começado a pedir “ajuda” do empresário.
“Manoel Loureiro Neto sugeriu então que o empresário começasse a ‘ajudá-lo’, e, no intuito de garantir o recebimento de vantagem indevida, asseverou ao particular que a ordem de pagamento, ‘a canetada’, era do Prefeito, em uma demonstração de força e hierarquia”.
Nas conversas o prefeito estaria se referindo à propina como “documento”. Em uma das conversas ele compartilha o número do CPF de seu motorista Fernando Tenório Cavalcante dos Santos, para a propina ser enviada via PIX, após o pagamento da empresa ter sido feito.
A pressão e as exigências continuaram nos meses seguintes, com o prefeito continuando a cobrança do “documento” após os pagamentos à empresa.
Em novembro de 2022 o prefeito chega a ficar impaciente com a falta de repasses por parte do empresário. Carvalho faltou ao encontro com o prefeito.
Em uma mensagem de 21 de novembro de 2022 o prefeito fala ao empresário, em um áudio, que o dinheiro serviria para pagamento de despesa pessoal, no caso, de serviços de pedreiro em sua casa.
"Amanhã à tarde, a hora que chegar aí no começo da tarde eu ligo pra você, nós combinamos que eu preciso disso aí, Xandu, pra pagar uns compromissos amanhã de pedreiro lá em casa”, disse.
Loureiro permanece em seu cargo após o Tribunal de Justiça de Mato Grosso ver falta de provas para o afastamento e a Câmara de Vereadores de Diamantino, por 7 votos a 2, arquivarem denúncia contra o chefe do Executivo.
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