Rede de apoio deve ter empatia e acolhimento; diz psicóloga
Ansiedade e depressão, assim como outros diagnósticos de transtornos que afetam a saúde mental, podem colaborar para o final trágico de uma vida, que é o suicídio. O acolhimento e a rede de apoio é essencial para pessoas diagnosticadas, mas é muito importante saber como agir durante as crises, para evitar os gatilhos.
Em entrevista ao Gazeta Digital, a psicóloga clínica e hospitalar Maria Luísa Balestero explicou sobre a importância da empatia, apoio e compreensão para reverter a situação.
Com a experiência diária junto aos pacientes, a psicóloga explica que às vezes o pensamento suicida não ocorre com o desejo de tirar a vida, mas sim da vontade de aniquilar a dor que sente no momento, por isso é importante estar atento aos sinais que surgem como isolamento, mudança de comportamento e expressões.
"Os familiares precisam estar atentos aos sinais, devem agir como suporte neste momento, não como alguém que vá confrontar ou querer buscar justificativa com discursos 'você tem tudo, é falta de Deus', a pessoa precisa de compreensão e empatia, pois é um momento de sofrimento e constrangimento, não é uma situação confortável então ela precisa ser ouvida, acolhida e amparada", explicou.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que mais de 700 mil pessoas cometem suicídio por ano e a causa pode estar ligada a diversos fatores como psicológicos ou até mesmo abusos de substâncias psicoativas. Como forma de alertar e diminuir esses números, o mês de setembro é todo ligado a conscientização ao assunto, para que através da informação a pessoa que estiver passando por algo parecido busque ajuda.
Conforme Maria Luísa muito se fala sobre saúde mental, mas pouco se fala sobre suicídio. Para ela, a internet que pode ser um fator que adoece por perspectivas criadas de uma vida perfeita, pode ser usada também como alerta para influenciar a pessoas a buscar ajuda normalizando que qualquer ser humano diante das dificuldades da vida pode ter esses sentimentos.
"Falar sobre o assunto é fazer com que o maior número de pessoas busque ajuda, busque orientar um familiar, um amigo. A informação é poder, está tudo bem, não estar bem às vezes, então não deixe que as coisas fiquem insustentáveis, eu mesma, hoje em dia, faço esse exercício, de falar de saúde mental nas minhas redes sociais, a gente não está falando só de diagnóstico e sim das demandas da vida comum, das dificuldades que se apresentam na rotina, na experiência ali de uma vida normal, que vai ali te levar a quadros clínicos", pontuou.
Busque ajuda
O Gazeta Digital alerta caso você estiver sentindo que tem algo diferente com você, pensamentos intrusivos, tristezas excessivas e vontade de se isolar, busque ajuda de um profissional. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional a pessoas que estão passando por dificuldades através do 188.
No Instagram Maria Luísa compartilha conselhos e alertas através de sua experiência e estudos na psicologia comportamental. Confira:
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