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Sexta - 08 de Setembro de 2023 às 18:13
Por: Da Assessoria

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Marcello Camargo/Agência Brasil

Os dados referentes ao registro de suicídios são impactantes e mostram a importância de se manter ativa e permanente ao longo do ano as reflexões e discussões trazidas no Setembro Amarelo, mês dedicado ao combate e redução desses índices. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 700 mil pessoas tiram suas próprias vidas todos os anos no mundo. No Brasil, o número é de 14 mil, considerando o mesmo período.

Para Alan Barros, escritor, palestrante e empreendedor social da área de Saúde Mental, a situação tornou-se questão de saúde pública, mas sua prevenção deve extrapolar essa área. Estudos feitos por pesquisadores europeus e citados pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) mostram que enquanto o número de suicídios diminui na Europa, aumenta em países de renda média e baixa. O fato mostra a ligação direta de questões econômicas e sociais com o tema. O Brasil, por exemplo, conforme estatísticas da OMS, aumentou em 43% a incidência entre os anos de 2010 e 2019.

Dentre deste contexto, Barros defende que a solução é fortalecer os estudos de suicidologia, que são amplos em outros países como os Estados Unidos, e, desta forma, fomentar políticas públicas de prevenção e pósvenção – atendimento as pessoas impactadas direta ou indiretamente pelas mortes - do suicídio em diversos ambientes sociais.

Ele explica que a suicidologia é o estudo dos comportamentos e causas suicidas. Criado pelo psicólogo clínico americano Edwin Shneiman (1918 – 2009), esta linha de pesquisa tem avançado tanto nas áreas de saúde como sociais. De acordo com Barros, os trabalhos já realizados mostram que o suicídio é fruto de uma dor intolerável e, como dia o próprio Shneiman, “é um ato definitivo para um problema temporário”.

Entre as situações presentes nos registros, a partir da análise de suicidólogos, estão as necessidades psicológicas básicas frustradas e não realizadas, as atitudes de autodepreciação, baixa autoestima, que denotam uma autoimagem que sucumbe ao não suportar uma dor psicológica intensa e profunda.

Sendo assim, não é difícil, aborda Barros, associar o aumento dos registros de suicídio a desigualdade social, que se acentua no país e deixa as pessoas vulneráveis e muitas vezes sem expectativa de um futuro promissor, no qual possa alcançar um ideal de sucesso condizente com as exigências externas.

“Então, não podemos pensar em reduzir e, sendo otimista, erradicar os registros sem pensar em políticas públicas que atendam as pessoas e que também deem oportunidades de recuperação tanto em saúde, como na conscientização e melhoria das condições econômicas e sociais. O trabalho precisa ser ter um olhar para sociedade e ser humano como um todo”, finaliza.

Quem é Alan Barros

Alan Barros se apresenta como empreendedor social, produtor de eventos e iniciou sua jornada na luta contra a depressão e ansiedade há mais de 25 anos. Quando adolescente foi diagnosticado, teve pensamentos suicidas e passou por muitas experiências e tratamentos até conseguir viver bem, mas ainda em processo de cura.

As barreiras e obstáculos enfrentados fizeram o autor identificar um propósito de vida, que estava distante da sua formação profissional naquele momento. Por este motivo, começou a estudar, especializou-se e, hoje, está focado em ajudar as pessoas que sofrem com a depressão e ansiedade.

O seu primeiro trabalho foi o livro “Tenho Depressão. E agora?”, que segundo ele serviu um desabado e abriu os portões para novas metas. Elas iam surgindo a partir do contato com os leitores e, assim, surgiu o grupo e apoio #Fale e os eventos voltados para população em geral e também profissionais da saúde.

No começo do ano, ele foi responsável pela peça teatral Tô Off, que abordou o tema saúde mental em uma linguagem voltada aos adolescentes. Na ocasião, teve mais de 800 alunos da rede pública de Cuiabá e Várzea Grande como expectadores.

Serviço:

·Instagram: @tenhodepressaoeagora , @alanbarrosnareal

·Site: tenhodepressaoeagora.com.br





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