Queijos especiais de MT: uma ideia que surgiu do caos e rendeu prêmios Brie, gouda e gorgonzola produzidos em Nossa Senhora do Livramento foram premiados em um concurso nacional
Tudo começou em 2020, quando, para preservar os três filhos e a esposa do coronavírus, o médico Silas Vicente Barbosa Júnior, de 46 anos, pegou toda a família e foi para a fazenda que fica no município de Nossa Senhora do Livramento, a 42 km de Cuiabá.
Produtos da Quinta da Cartucheira. (Foto: Arquivo pessoal)Acostumado com uma rotina de diversos afazeres, ele se viu sem ter o que fazer na fazenda. Foi então que, observante a disposição de vacas leiterias que havia no pasto, decidiu aprender a fazer queijos.
“Eu passei a assistir vídeos na internet, comprei cursos online e apostilas que chegaram pelo correio. Mas, desde o início já foquei nos queijos especiais”, contou ele.
Assim, ele começou a produção de queijos. Os que ficavam prontos mais rápidos eram levados para uma feira livre realizada na praça principal de Livramento, uma vez por mês aos sábados.
Silas percebeu que durante a degustação, os queijos eram aprovados por moradores, visitantes e turistas que passavam pela cidade a caminho do Pantanal.
“Eu percebi que os queijos começaram a ganhar fama, que as pessoas gostavam, especialmente os turistas, que eram acostumados a experimentar tipos diferentes em suas viagens”.
Durante todo o ano de 2020, ele e a família viveram assim. E mesmo depois da fase mais crítica da pandemia, e já de volta a Cuiabá, eles continuaram indo frequentemente para a fazenda e a produzir os queijos.
Silas não parou de estudar e de produzir. O trabalho começou a se tornar profissional e os queijos foram ganhando nomes: Rubi da Cartucheira (do tipo gouda), Esmeralda da Cartucheira (tipo gorgonzola). E, a pedido da esposa, ele criou do Diamante da Cartucheira (um tipo Brie Trufado).
“Um dia minha esposa me pediu para tentar fazer o brie, que é o queijo que ela mais gosta, e assim surgiu o Diamante”, lembra ele.
E foi justamente o Diamante que trouxe sorte. Silas sabia que os queijos eram apreciados, mas ainda não tinha a opinião de um especialista. Foi então que ele viu a oportunidade de se inscrever em uma competição em São Paulo.
“Em princípio, eu não estava preocupado em ganhar, mas, nesse concurso, os jurados emitem um relatório sobre o seu queijo e o que ele precisa para melhorar e era a opinião dos especialistas que eu queria, mas, para a minha surpresa, o Diamante ficou em primeiro lugar”, contou.
Isso foi no final de 2020, quando os casos de covid-19 haviam reduzido. Neste ano, se inscreveu em outro concurso, desta vez, em Minas Gerais [estado famoso pelos queijos produzidos lá]. Silas novamente levou seus três queijos principais. Todos foram premiados.
Queijos da Quinta da Cartucheira. (Foto: Arquivo pessoal).O Diamante novamente ficou em 1º lugar entre os queijos Brie. O Esmeralda também conquistou ouro entre os tipo gorgonzola cremoso. Já o Rubi levou medalha de bronze entre os gouda.
Todos os queijos levam o nome da Cartucheira, e aqui abro um parênteses para explicar que este o nome da fazenda que a família de Silas herdou o avô dele. “Ele era colecionador de armas e, por isso o nome, Cartucheira”.
E agora, o propósito do doutor Silas é estruturar a Quinta da Cartucheira para que ela possa ser visitada e para que os queijos possam ser experimentados de maneira mais expressiva.
Entretanto, para quem quer conhecer e degustar os queijos, o pedido por ser feito pela internet ou na Feira Livre de Nossa Senhora do Livramento. As entregas são feitas de foram delivery.
Curiosidades sobre os queijos:
O Diamante demora três meses para ficar pronto, o Rubi também três meses e o Esmeralda, são seis meses. Já o parmesão leva um ano para poder ser comercializado.
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