Lúdio diz que políticos 'gananciosos' defendem marco temporal

Deputado estadual, Lúdio Cabral (PT) declarou que ficou “feliz” com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o marco temporal, que trata de demarcação de terras indígenas no Brasil. Lúdio aproveitou para alfinetar os colegas da bancada federal por votarem contra a pauta dos povos nativos e o que considerou "ganância".

STF decidiu, com 7 votos contra 2, que o marco temporal para a demarcação de terras indígenas é inconstitucional. Texto defendia que os indígenas só teriam direito às terras que estivessem em sua posse em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou em disputa judicial na época.

“Estou muito feliz com a decisão que o Supremo Tribunal Federal tomou. Muito feliz. Foram anos de mobilização dos povos indígenas para ter o direito sagrado aos territórios reconhecido pelo Brasil e a tese do marco temporal era maldosa. Ora, os povos indígenas ocupam o território brasileiro desde sempre, os que vieram depois que ocuparam indevidamente”, disparou Lúdio.

Na semana passada, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), publicou um vídeo em suas redes sociais pedindo a suspensão do julgamento, argumentando que a mudança poderia gerar um prejuízo de R$ 364 bilhões ao agronegócio. No entanto, o pedido não foi aceito.

Para Lúdio, a classe política está "gananciosa" e quer fazer um “fazendão” para produzir as custas dos povos indígenas. Isso porque, grandes fazendas são delimitadas por áreas protegidas.

“Agora, a representação política de Mato Grosso não pode se deixar contaminar pela ganância daqueles que querem fazer um fazendão para produzir, para extrair minérios, para gerar energia nas águas, para enriquecer alguns poucos as custas do sacrifício dos povos”, disse.