Filha representa contra desembargador por calúnia e injúria Advogada, ela disse que o pai a chamou de "gorda"; ela rebateu as acusações e disse que ela é bipolar
A advogada de Cuiabá, A.C.V.S, 36 anos, representou criminalmente contra o pai, um desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, acusando-o de calúnia e injúria. O pai nega as acusações e alega que a denúncia está relacionada ao fato dele ter a demitido, e que ela é bipolar.
De acordo com documentos, no dia 20 de julho deste ano, em depoimento na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, a advogada contou que sempre teve uma relação difícil com o pai, identificado como E.S, e que no período em que morava com ele chegou a passar por uma situação constrangedora.
Conforme ela, na ocasião, sem precisar a data, a mesma chegou 15 minutos atrasada em casa por ficar presa no trânsito, e quando chegou, o pai estava bebendo whisky, e que começou a depreciar em desfavor da vítima dizendo que estava com homem, chamando de “gorda” e que pegou o celular da mesma e jogou no chão.
Apesar do episódio, a advogada disse que em janeiro deste ano, E.S a contratou para trabalhar em seu escritório de advocacia em Cuiabá, voltado a representá-lo em cinco processos no valor total de R$ 2.500,00 – sendo realizado apenas um acordo verbal, pois o mesmo se recusou a assinar contrato.
No depoimento, ela afirma que antes mesmo de virar o mês, entre os dias 29 e 30 de janeiro, foram adicionados mais quatro processos, e que ao final fez um total de 28 processos, porém, o pai teria se recusado a pagar mais.
Segundo ela, em abril, o desembargador aposentado enviou R$ 8.500,00 e no mesmo mês pediu emprestado para a filha R$ 4.000,00 e em maio R$ 4.500,00, mas conforme a advogada, ela não pagou os citados valores.
A advogada acusou o pai de proferir as seguintes palavras contra ela: "você não vale nada, não sabe nada, uma estagiária faz mais que você", "se olha no espelho, quem vai gostar de você", "nem os pais dos seus filhos quis ficar com você".
Além disso, relatou que E.S a acusou de ter copiada uma “peça” para um processo, de ter furtado um HD da casa dele, chegando inclusive a encaminhar mensagens dizendo que a mesma não é “honesta”, e que ele é alcoólatra e agressivo.
Na representação criminal, A.C.V.S solicitou medida protetiva alegando que está “muito abalada psicologicamente”.
Outro lado
O desembargador aposentado, em depoimento, disse que a filha sempre demonstrou ciúme exagerado [chegando a classificá-los como doentio], mas que assim mesmo ele sempre esteve presente na vida dela e de seus irmãos.
Ele afirmou que nunca teve problemas com álcool e que faz uso controlado da bebida, negando todas as acusações da filha sob argumento de “há muitos anos ela faz tratamentos psiquiátricos e psicológicos e não é de hoje que a mesma tem esses comportamentos bipolares, ora boa, ora ruim”.
O magistrado aposentado declarou que a filha procurou a Delegacia por que o mesmo rompeu o acordo de trabalho com ela e parou de pagar mensalmente o salário pré-estabelecido anteriormente.
Sobre o contrato de trabalho, E.S relatou que a A.C.V.S trabalhou em apenas quatro processos, sendo que um já foi resolvido, e que foi ele quem emprestou o valor de 8.500,00 para filha, negando qualquer questão de aumento salarial e honorários.
Ao final, disse que comprou um HD no valor de aproximado no valor de R$ 360,00 e que em nenhum momento acusou a filha ter pegado o equipamento.
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