Em MT, cobertura contra poliomielite está 10% abaixo do ideal Saúde alerta sobre o risco da reintrodução do poliovírus, que causa a doença, também conhecida como paralisia infantil
A baixa cobertura vacinal observada nos últimos anos contra a poliomielite, também conhecida como paralisa infantil, tem preocupado os especialistas, especialmente, devido à possibilidade de reintrodução do poliovírus no país, após 34 anos.
Nesta terça-feira (24), data em que se comemora o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, o alerta é reforçado pela Secretaria de Estado de Saúde.
No Estado, dados do órgão estadual apontam que, entre 2019 e 2022, a cobertura vacinal contra a doença ficou abaixo do estimado, variando entre 85% e 84%.
A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é 95%.
A poliomielite é uma enfermidade contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, pode acarretar paralisia nos membros inferiores.
A vacinação é a única forma de prevenção e todas as crianças menores de cinco anos devem ser imunizadas.
Para isso, a vacina oral (VOP) e a injetável poliomielite (VIP) são disponibilizadas gratuitamente nas unidades básicas de Saúde.
"Precisamos manter as boas coberturas vacinais e frear a ameaça da reintrodução do vírus no país. Isso só depende de nós", alertou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
Não há registro de casos de poliomielite desde 1989 no país.
Esse fato que fez o Brasil receber, em 1994, o certificado de erradicação do poliovírus da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Contudo, no ano passado, a Opas alertou que o Brasil corre um risco muito alto de reintrodução do vírus, em meio à queda na cobertura vacinal.
Superintendente de Vigilância em Saúde, Alessandra Moraes, lembrou que sem a imunização adequada na infância, a pessoa - seja ainda criança ou já adulta - está suscetível a desenvolver um quadro grave da doença.
"A vacina é a única forma eficaz para prevenir o poliovírus, pois essa é uma infecção evitável. Algumas pessoas relaxaram com a imunização, situação que ameaça a saúde dos filhos, netos, sobrinhos e outros entes e amigos da família”, alertou por meio da assessoria de imprensa. “É necessário estar atento e levar as crianças para se vacinar”, completou.
Para alcançar o percentual recomendado, Alessandra Moraes afirma que é necessário o empenho dos municípios na busca ativa da população.
Para isso, com o objetivo de incentivar as gestões municipais, a gestão estadual prevê investimentos de R$ 65 milhões no programa “Imuniza Mais MT”.
A iniciativa busca estruturar a atenção básica e premiar aos municípios que alcançarem entre 90% a 100% de cobertura vacinal contra a covid-19, influenza e outras doenças.
O programa também disponibiliza uma unidade móvel para auxiliar as cidades na vacinação da população.
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