MT pode ter duas novas ondas de calor com até 43°C Painel sobre o clima trouxe dados da previsão para os próximos dois meses em Mato Grosso

Durante os meses de dezembro e janeiro, Mato Grosso deve ter temperaturas até 2,5 graus acima da média e menos chuva. A informação foi compartilhada no I Painel Mato Grosso do Clima, que aconteceu nessa terça-feira (28), em Cuiabá.

Segundo a meteorologista Ana Paula Paes, que conduziu a parte técnica do evento, o estado se mantém sob influência do EL Niño e pelas características climáticas apresentadas, Mato Grosso tem chance de ter duas novas ondas de calor, com temperaturas de até 43°C.

Em Mato Grosso foi criado o comitê de crise climática, que é coordenado pelo Corpo de Bombeiros e conta com a participação das Defesas Civis de Cuiabá e Várzea Grande e secretarias de trânsito das duas cidades, da concessionária de energia no estado e da Nova Rota do Oeste.

O tenente do Corpo de Bombeiros, Anttoniery Campello, reforçou que o comitê está buscando todos os insumos necessários para estar preparado para possíveis situações de crise climática, como temporais e até queimadas.

“A ideia é monitorar, prevenir, responder de forma rápida e se comunicar com a sociedade”, destacou o tenente.

Falta de chuva gera perdas no campo

Ainda no evento, foram mostradas características do EL Niño, que está sendo classificado por especialistas como “muito forte”, elevando em mais de dois graus a temperatura no mundo, em média. O fenômeno só deve perder força a partir de abril do ano que vem.

“Nós só devemos ter a volta da chuva com força em fevereiro. Por isso, culturas que dependem de muita água, podem sofrer mais”, comentou Ana Paula Paes.

Para o diretor de Geração Distribuída e Energias Renováveis do Sindenergia Mato Grosso, Carlos Rocha, o El Niño está nos mostrando um cenário que poderá ser comum em algumas décadas, por causa do aquecimento do planeta. Por isso, é preciso agir já contra este novo normal.

“Todos aqueles que possuem esse conhecimento tem que contribuir pra encontrarmos saída, encontramos caminhos. Então, nada melhor do que debater isso com as instituições, com as empresas, com a indústria, com a sociedade em geral. Encontrar caminhos para gente se preparar para essas adversidades climáticas”, ponderou Carlos Rocha.