Agro deve desacelerar; indústria e serviços terão expansão Segundo a Fazenda, a indústria tende a se beneficiar com a redução nos custos do crédito
A Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, prevê desaceleração da agropecuária e expansão no ritmo de crescimento da indústria e dos serviços no PIB (Produto Interno Bruto) do próximo trimestre.
Em nota, a SPE diz que as revisões dos dados da atividade econômica de 2021 e 2022 e a divulgação do PIB do terceiro trimestre deste ano, com avanço de 0,1%, não alteram a perspectiva de retomada do crescimento no quarto trimestre de 2023.
"Nesse trimestre, na comparação interanual, o setor agropecuário deve seguir com desaceleração, enquanto os setores industrial e de serviços devem apresentar maiores taxas de crescimento, beneficiados pelas melhores condições financeiras e de crédito, pela resiliência do mercado de trabalho, com destaque para o avanço do rendimento real, e pelas políticas de incentivo ao investimento produtivo", diz o texto.
Segundo o órgão, a indústria tende a se beneficiar com a redução nos custos do crédito, com os programas de estímulo ao investimento e de construção de moradias populares - como o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa, Minha Vida - e com os estímulos à atividade na China.
Para a expansão do setor de serviços, a SPE considera que deve contribuir "a recente expansão da massa de renda, impulsionada pela geração líquida de postos de trabalhos e pelo aumento do rendimento real, sobretudo para as classes mais baixas, que tem se beneficiado de maneira mais significativa com a desinflação em curso."
A secretaria cita também que o segmento deverá se beneficiar com a "redução da inadimplência e comprometimento de renda das famílias que, junto com a melhoria recente das condições financeiras, tende a impulsionar as concessões de crédito e o ritmo de expansão do consumo nesse último trimestre."
Na nota, a SPE ressaltou ainda que, no terceiro trimestre, o PIB surpreendeu novamente as expectativas do mercado (contração de 0,3%, segundo a agência Bloomberg) e ficou ligeiramente acima de sua própria projeção (0,0%).
"Comparativamente ao esperado na margem, destacou-se, sobretudo, a menor retração do setor agropecuário e a maior expansão de serviços, beneficiada pela desaceleração menos acentuada do que a inicialmente projetada para comércio e atividades financeiras", disse.
"Pela ótica da demanda, as variações verificadas para o consumo das famílias também surpreenderam para cima", acrescentou.
De acordo com o órgão da Fazenda, o carregamento estatístico para 2023 é de aproximadamente 3%.
Em novembro, a SPE reduziu de 3,2% para 3% a projeção de crescimento do PIB para este ano.
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