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Cidades/Geral
Quinta - 14 de Dezembro de 2023 às 11:01
Por: Cristiane Guerreiro/Gazeta Digital

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João Vieira

O casal Jenifer Gabriele Proença Siqueira, 19, e Wellington Vitor da Silva Santos, 27, vive de maneira precária com a filha Maitê Gabriele, de 4 meses, no residencial Jonas Pinheiro 3, em Cuiabá. Quase sem alimentos, a realidade da família é agravada por problema de saúde enfrentado por Maitê. “Nosso sonho, neste natal, é iniciar o tratamento da nossa filha. Não conseguimos até agora pelo Sistema Único de Saúde e não temos condições de pagar a cirurgia”.

Maitê nasceu com os dois pés tortos. Em consulta no posto de saúde, o médico relatou que seria caso cirúrgico e que precisaria realizar o exame ultrassom para dar início ao tratamento. “Não temos condições de pagar pelo exame, também tentamos o encaminhamento para uma unidade especializada e não deu certo. Sofremos muito com a situação da Maitê”.

Segundo Jenifer e Wellington, a maior preocupação é a filha crescer sem tratamento adequado e sofrer com as sequelas de viver com os pés tortos. “Estamos apreensivos com isso, temos medo da demora no tratamento e as sequelas serem irreversíveis. Nossa maior urgência, além da necessidade da alimentação adequada, é a Maitê. Não podemos deixar que ela fique sem tratamento”.

No momento que a equipe do Jornal A Gazeta visitou a família de Jenifer e Wellington, a mãe amamentava Maitê. Ela relatou que não trabalha e se dedica aos cuidados da filha. O casal ressalta que logo terá que introduzir outro tipo de leite a Maitê. “O leite materno está ficando escasso, nem sempre supre a fome dela. Acho que está acabando. Uma vez ganhei lata de leite Ninho, mas ela regurgitou tudo que mamou. Minha preocupação é ter que comprar leite, não sei qual ela vai se adaptar e o leite é caro, não temos como adquirir”.

O casal relata que quando o leite não é suficiente, tenta introduzir caldo de feijão. “Quero muito oferecer uma fruta, mas não conseguimos comprar esse tipo de alimento”. No armário da cozinha, o casal mostrou o que tinha. Havia apenas arroz, sal e um resto de açúcar.

Há 4 meses, Wellington está desempregado e não conseguiu um novo emprego. Atuava como mecânico em uma oficina no CPA 1, mas o local fechou e, desde então, a renda da família foi abalada. “A nossa situação financeira já não era boa, sem salário certo piorou ainda mais. Tenho minhas próprias ferramentas, às vezes surge um serviço, mas é esporádico”.

Ele explica que no momento realiza bicos, mas não são suficientes. “Preciso de um emprego fixo”. Wellington destaca que para conseguir um novo emprego terá que refazer os documentos pessoais. “Para piorar a situação perdi toda a minha documentação, estou esperando entrar algum dinheiro para refazer”.

Outra dificuldade enfrentada é a tentativa frustrada da família de conseguir o benefício do governo federal. Jenifer explica que há 8 meses está tentando, mas não dá certo. “Já fui ao Centro de Referência de Assistência Social e fiz o cadastro único, mas até agora não recebi o benefício. Desde a minha gestação tento resolver isso, expliquei minhas dificuldades, que precisava receber para dar melhor condição a minha filha, ninguém se sensibilizou”.

Praticamente sem eletrodoméstico e eletroeletrônicos, o casal explica que o pouco que tinha foi danificado com a oscilação na parte elétrica. “A gente luta para ter água e luz. Agora que vai começar a instalar os postes de energia. No momento é irregular e vem fraco. Oscila muito e queima os equipamentos”. Wellington revela que a única pessoa que ajuda a família quando pode é a sua irmã que trabalha como faxineira. “Quase todas as coisas que a Maitê tem foi a minha irmã que conseguiu. Ela se preocupa e vem nos visitar. Quando não temos nada em casa, ela acolhe a gente na casa dela. Às vezes, ficamos uma semana lá”.

Jenifer revela que tem pouco contato com a mãe. Relata que a família é humilde e não tem condições de colaborar. “Minha mãe visitou a Maitê apenas uma vez quando nasceu. Ela mora longe e não tem como vir”. O casal explica que também não tem condições de ficar pagando transporte público. “Só saímos quando precisamos levar a nossa filha ao posto. Não temos como ficar pagando passagem e com bebê é ruim sair, o ponto é longe, temos que andar mais de 400 metros”.





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