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Segunda - 18 de Dezembro de 2023 às 06:29
Por: Eduardo Gomes/Diário de Cuiabá

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Em 2024, disputas atípicas e outras curiosas deverão despontar para a opinião pública
Em 2024, disputas atípicas e outras curiosas deverão despontar para a opinião pública

Manhas e artimanhas não faltam na luta pelo poder nos municípios mato-grossenses.

Em 2024, disputas atípicas e outras curiosas deverão despontar para a opinião pública.

A prefeita reeleita de São Félix do Araguaia, Janailza Taveira Leite (União), nomeou o marido Wemes Leite secretário de Governo, e foi além: o casal Leite se prepara para Wemes disputar a Prefeitura de Novo Santo Antônio.

Em Ponte Branca, o prefeito Clenei Parreira (União) é pré-candidato à reeleição, mas sem repetir a chapa com seu irmão Cleyton Parreira de Silva (PP), que venceu a eleição em Ponte Branca, em 2000, sem adversário.

Recém-chegada a São Félix, a advogada Janailza se elegeu prefeita em 2016, desbancando as tradicionais forças políticas locais.

Divulgação

 Prefeitos - Wermes e Janalize

A prefeita reeleita de São Félix do Araguaia, Janailza Taveira Leite (União), nomeou o marido Wemes Leite secretário de Governo

Em 2020 repetiu a dose e exerce a vice-presidência da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).

Na comarca de Janailza e distante 88 km de sua cidade, Novo Santo Antônio, com 2.015 habitantes, município instalado em 2001, chamou sua atenção e ela costurou, com forças políticas novo-santo-antonienses, para o marido ser candidato a prefeito.

O calendário favorece a Wemes, que pode permanecer mais algum tempo em São Félix com um olho no gato e outro no rato.

Ponte Branca tem apenas 2.008 habitantes. Na eleição em 2000, somente uma chapa concorreu à prefeitura e recebeu 1064 votos.

Sua composição era familiar. O candidato a prefeito foi Clenei Parreira, e seu vice, Cleyton Parreira da Silva. Os dois são irmãos.

O prefeito anunciou que tentará a reeleição, mas deverá trocar o companheiro de chapa, por conta de pressões políticas locais.

Ou seja, a atipicidade não deverá se repetir em outubro de 2020.

Resta saber qual será a reação de Cleyton.

Na eleição em 2020, em Campinápolis, onde a população indígena xavante supera a sociedade envolvente, José Bueno Vilela, do DEM, se elegeu prefeito com 3.996 votos, seguido por Jander José Queiroz Franco, do Pros, com 2.420 votos, e em terceiro lugar ficou José Acácio Serere Xavante, do Patriota, que recebeu 689 votos.

Serere ganhou as manchetes nacionais ao ser preso em dezembro de 2022, em Brasília, por participar da invasão da sede da Polícia Federal, numa manifestação contrária à vitória de Lula da Silva (PT) para presidente.

Em setembro deste ano, o Supremo Tribunal Federal libertou Serere, que cumpre medidas cautelares e responde pelos crimes de incitação ao crime, equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os poderes constitucionais.

Assim, o xavante Serere estará fora da disputa nas urnas, na maior base eleitoral dos xavantes.

Em Torixoréu, o prefeito Thiago Timo (PSB) tentará a reeleição.

Timo se elegeu vereador em 2020 e, em seguida, conquistou a presidência da Câmara.

A prefeita reeleita Inês Mesquita Coelho (DEM) não assumiu a prefeitura, pois teve seu registro de candidatura cassado.

Inês é viúva do ex-prefeito Odoni Mesquita, que venceu a eleição em 2012 e tentou se reeleger, mas foi impugnado.

Inês assumiu a candidatura e venceu o pleito em 2016. Em 2020, Inês concorreu sub judice.

A Justiça Eleitoral entendeu que sua reeleição significaria o terceiro mandato para o casal Mesquita e cassou seu registro de candidata.

Em 2016, Maria Lúcia de Oliveira Porto (PP) foi candidata a vice-prefeita em Nova Lacerda, na chapa de Walmir Guse (PSDB), que teve o registro de candidatura cassado, juntamente com um de seus concorrentes ao cargo.

Maria Lúcia foi atingida pela mesma sentença, mas, em eleição suplementar realizada em 12 de março de 2017, ela se elegeu prefeita e se manteve no cargo em 2020, o que a impede de concorrer novamente à prefeitura.

Luzia Brandão (PSB) presidia a Câmara de Ribeirão Cascalheira em 2019, quando o prefeito Reynaldo Fonseca Diniz (PR) e seu vice, Gleison Oliveira (PR), foram cassados por abuso de poder econômico na campanha em 2016, quando distribuíram dentaduras – Reynaldo é dentista – e materiais de construção.

Em eleição suplementar no dia 7 de abril de 2019, Luzia se elegeu prefeita e, em 2020, se manteve no cargo, agora filiada ao União Brasil.

Portanto, ela não pode disputar mandato de prefeita em 2024.

Em 2020, Fernando Zanfonato (DEM) se elegeu prefeito de Matupá, mas foi cassado por improbidade administrativa.

O presidente da Câmara, Marco Porte (MDB), o substituiu.

Em eleição suplementar, realizada no dia 1º de agosto de 2021, Bruno Mena foi eleito para a prefeitura.

Eleito para a prefeitura de Pedra Preta pelo PSB em 2020, Nelson Antônio Orlato tinha 74 anos quando morreu em 14 de agosto de 2022, vítima de um câncer no pâncreas.

Orlato por três vezes foi prefeito do município e foi substituído pela vice-prefeita Iraci Ferreira de Souza (PSDB), que é pré-candidata à reeleição.

O médico Divino Henrique Rodrigues (PDT) se elegeu prefeito de Barra do Bugres em 2020.

A Câmara Municipal descobriu que Divino exercia a medicina no vizinho Alto Paraguai e cassou seu mandato por acúmulo de cargos.

A vice-prefeita Maria Azenilda Pereira (MDB) assumiu a prefeitura e seu nome figura entre os pré-candidatos locais.

Carmen Martines (DEM) se elegeu prefeita de Carlinda em 2016 e foi reeleita pelo mesmo partido em 2020.

Bolsonarista, com a vitória do presidente Lula da Silva em 2022, Carmen decidiu renunciar, argumentando que não se sentiria confortável na prefeitura tendo Lula na Presidência.

Em fevereiro deste ano, Carmen cumpriu o prometido e transmitiu o cargo ao vice-prefeito, Pastor Fernando de Oliveira Ribeiro (PSC).

Fernando assumiu o município e anunciou sua pré-candidatura a prefeito.

Carmen assegura que, enquanto Lula governar, ela não disputará eleição.

Disse ainda, que não tem político corrupto de estimação e, se comprovada alguma improbidade administrativa de Jair Bolsonaro, deixará de segui-lo politicamente.

Em 2016, Getúlio Viana (PSB) foi eleito prefeito de Primavera do Leste, mas não assumiu, pois teve o registro da candidatura cassado.

O presidente da Câmara, Leonardo Bortolin, o Léo (PMDB), o substituiu.

Numa eleição suplementar em 19 de novembro de 2017, Léo conquistou a prefeitura e se manteve no cargo em 2020.

Léo é inelegível para prefeito em 2024, mas em janeiro ele assumirá a presidência da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).

Olírio Oliveira dos Santos, o Lírio (MDB), venceu a disputa pela Prefeitura de Cotriguaçu em 2020.

Afastou-se do cargo para se submeter a um tratamento cardíaco em Curitiba.

Após uma cirurgia coronariana, Lírio morreu.

O vice-prefeito, Valdivino Mendes dos Santos (PSC), o substituiu durante sua internação e assumiu o município após sua morte, em 9 de dezembro de 2022. Valdivino tentará a reeleição.

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Prefeitos - André Bringsken

André Brigsken é médico nascido em Vila Bela, foi prefeito, vice-prefeito e deputado estadual

Em 2016, Wagner Vicente da Silva venceu a eleição para prefeito de Vila Bela da Santíssima Trindade, numa chapa com o vice-prefeito Jacob André Bringsken.

Quatro anos depois, os dois disputaram a prefeitura, com Wagner filiado ao Democratas e André no MDB.

André recebeu 4.671 votos (64,17%) e Wagner 2.608 (35,83%).

André é pré-candidato à reeleição. Wagner aguarda o resultado de uma pesquisa para consumo interno para que possa se decidir.

André Brigsken é médico nascido em Vila Bela, foi prefeito, vice-prefeito e deputado estadual.

É filho do pastor holandês Gustavo Bringsken, que se destacou na fronteira com a Bolívia por seu trabalho humanitário na área de saúde.

O empresário e ex-deputado federal Roberto Dorner (Republicanos), prefeito de Sinop, aos 75 anos, é o decano dos prefeitos mato-grossenses e está em campo com sua pré-candidatura à reeleição.

Em 2020, o principal adversário de Dorner foi o deputado federal Juarez Costa (MDB), ex-prefeito em dois mandatos.

Na eleição em outubro, além de Juarez, Dorner enfrentará a ex-prefeita Rosana Martinelli (PL), que é a segunda suplente do senador Wellington Fagundes (PL).

Rosana, antes de ser prefeita, foi vice-prefeita de Juarez Costa – os dois deverão travar uma disputa apimentada.

Em Cáceres, o suplente de deputado estadual e ex-prefeito em dois mandatos, Francis Maris (PSDB), é pré-candidato a prefeito e deverá enfrentar a prefeita Eliene Liberato (PSB), que foi sua vice-prefeita.

O empresário Adriano Xavier Pivetta (Republicanos) nunca admite antecipadamente que disputará eleição municipal, mas o faz desde 2004, quando, filiado ao PPS, conquistou o primeiro de seus quatro mandatos de prefeito.

Em 2012, Adriano não disputou por ter cumprido dois mandatos consecutivos, mas seu vice-prefeito, Lírio Lautenschlager (PMDB), venceu a eleição para a prefeitura.

Em 2016 e 2020, pelo PDT, Adriano novamente foi prefeito e seu vice-prefeito foi Leandro Félix Pereira (PSDC).

Leandro é pré-candidato à reeleição pelo União Brasil.

Adriano e Leandro deverão se encontrar nas urnas.

Em 2016, Carlos Sirena (PSB) foi eleito vice-prefeito de Juara na chapa de Luciene Borba Azoia Bezerra (PSB).

Em julho de 2018, a Câmara cassou Luciene por improbidade administrativa, Sirena assumiu a prefeitura e em 2020 se reelegeu pelo DEM.

Cumprindo o segundo mandato consecutivo, Sirena está inelegível para o pleito de 2024.

Em Dom Aquino, o prefeito Valdécio Luiz da Costa, o Zão (PL), cumpre o segundo mandato e não pode disputar o pleito em 2024.

Em 2016, Zão foi eleito vice-prefeito de Josair Lopes (PP).

Em abril de 2018, Josair renunciou ao cargo, se filiou ao PSB e disputou sem sucesso a eleição para deputado federal.

Em 2020, Zão foi reeleito.

FORA – Reeleitos, alguns nomes conhecidos do cenário político não poderão disputar as eleições em 2024.

Dentre eles, Emanuel Pinheiro, de Cuiabá; Zé Carlos do Pátio, de Rondonópolis; Valcir Casagrande, de Sapezal; Ronio Condão, de Confresa; Fernando Gorgen, de Querência; José Elpídio, de Nova Olímpia; Marilza Augusta, de Nova Brasilândia; Moisés dos Santos, de Juscimeira; Egon Hoepers, de Santa Rita do Trivelato; José Lair Zamoner, o Zeca, de Nova Guarita; Eugênio Pelachim, de Porto Estrela; Nelson Paim, de Poxoréu; Voney Goiano, de Gaúcha do Norte; Ronivon Parreira, de Ribeirãozinho; Marquinhos do Dedé, de Paranatinga; Daniel do Lago, de Porto Alegre do Norte; Júnior da Saúde, em São José do Povo; Marcelo Aquino, de General Carneiro; Geraldo Ramos, de Vale de São Domingos; João Cleiton, de Canabrava do Norte; e Silmar de Souza Gonçalves, de Nossa Senhora do Livramento.





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