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Terça - 26 de Dezembro de 2023 às 06:43
Por: Noelma Oliveira/Gazeta Digital

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Ex-governador Pedro Taques, advogado Julier Sebastião da Silva (PT) e a juíza aposentada Selma Arruda têm em comum a aposentadoria precoce das carreiras consolidadas no Sistema Judiciário para ingressar na política mato-grossense. Exceto o petista, os dois chegaram a protagonizar a cena política estadual. Contudo, acabaram sendo defenestrado, seja pelo próprio eleitor, ou por decisão judicial.

Dos 3, apenas Julier segue ativo na militância política e já anunciou que será candidato a vereador em 2023. Selma está com os direitos políticos cassados, enquanto Taques ganha fôlego após a Polícia Federal arquivar o 10º inquérito contra ele.

Há 5 anos, a juíza aposentada, que chegou a ter o apelido de Moro de Saia, deixava o Judiciário mato-grossense para entrar na cena política. Da ascensão à cassação, foram menos de dois anos. Política de direita, Selma ganhou fama em Mato Grosso após mandar prender políticos acusados de corrupção, como o ex-deputado José Riva, o ex-governador Silval Barbosa, além de ex-secretários de Estado.

Selma foi a terceira política a primeira mulher a deixar uma sólida carreira judiciária para buscar um mandato eletivo. O primeiro foi o ex-procurador da República, Pedro Taques. Também ganhou notoriedade diante da população mato-grossense, junto com o ex-juiz Julier Sebastião da Silva, por desmontar uma organização criminosa no Estado, comandada pelo ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, antes temido pela população.

Hoje aos 55 anos, Taques advoga. Em 2010, o procurador pediu exoneração do cargo para disputar, com sucesso, o Senado, cargo que ficou de 2011 a 2015. Tão grande era sua ascensão, ainda era oposição à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que em menos de 4 anos, após assumir o mandato Legislativo, decidiu ser candidato ao governo, também conquistando a vitória.

No Executivo, enfrentou dificuldades e não conseguiu se reeleger mais e nem chegou a ser competitivo na disputa ao Senado. A dobradinha feita com Julier no Sistema Judiciário não se repetir na política. Aliás, os dois têm ideologias diferentes. O ex-juiz é mais ligado à esquerda desde a sua formação acadêmica. Taques mais de centro com incursão na direita.

Politicamente, Taques era mais ligado à Selma, de quem chegou a se aliado político, mas também romperam. Selma foi a primeira do Judiciário mato-grossense a ganhar tanta repercussão, inclusive no âmbito nacional, quanto a dupla Julier e Taques. Ela logo aderiu ao bolsonarismo. Disputou pelo PSL e a sua última filiação foi ao Podemos. Tão logo se uniu à família Bolsonaro de quem era próxima, chegou a receber o então presidente em seu apartamento, com a mesma velocidade rompeu.

Ela não aceitou seguir o que determinava o grupo, liderado no Legislativo, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), apesar do mesmo pensamento ideológico. Também na saga do processo de cassação, Selma não recebeu o respaldo necessário do grupo de direita.





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