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Terça - 23 de Janeiro de 2024 às 14:07
Por: Gabi Braz/Primeira Página

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De janeiro a dezembro de 2023, um total de 125 pessoas morreram vítimas de afogamentos em Mato Grosso, de acordo com dados da Sesp-MT (Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso), obtidos pelo Primeira Página.

O número foi 38.89% maior que em 2022, ano em que 90 mortes foram registradas no mesmo período.

Casos em 2023

No ano passado, foram realizados mais de 8,5 mil atendimentos de Proteção, Busca e Salvamento no Estado.

Além disso, de janeiro a dezembro, 166 ocorrências de afogamentos em rios, cachoeiras ou piscinas foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros.

Tabela com dados de afogamentos de janeiro a dezembro de 2023, corpo de bombeiros Ocorrências de afogamentos em 2023 em Mato Grosso. (Fonte: Corpo de Bombeiros)

O mês de setembro de 2023 liderou o ranking de casos de afogamentos, com 33 casos atendidos pelas equipes de socorro. Em seguida, o mês de julho (22) e, em terceiro lugar, os meses de outubro e novembro – ambos com 15 ocorrências registradas.

Tabela com casos de mortes por afogamento em Mato Grosso em 2022 e 2023Mortes por afogamento no Estado. (Fonte: Sesp-MT)

Afogamento: como evitar?

Os casos de afogamento podem ser explicados pelo fato de que Mato Grosso é uma terra rica em belezas naturais e a procura por locais de banho sempre é grande, devido ao intenso calor nas regiões, como explicou o major Emerson Henrique dos Anjos Acendino, do Corpo de Bombeiros.

CASOS DE AFOGAMENTOS EM MT Conhecer o local, evitar brincadeiras perigosas e bebidas alcoólicas em locais com água podem evitar afogamentos. (Foto: Corpo de Bombeiros-MT)

Conhecer o local

A principal dica do major para evitar um afogamento é fazer a vistoria prévia no local onde você pretenda banhar. Seja em cachoeiras, piscinas ou lagos, é de extrema importância buscar conhecer a área – os pontos de perigo, os espaços de maior profundidade ou de riscos de queda, e as correntezas.

Um dos exemplos de locais perigosos abordados por Emerson, é a Passagem da Conceição, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, onde já foram registrados diversos acidentes envolvendo afogamentos, por causa da forte correnteza.

Em julho do ano passado, um homem de 36 anos se afogou e acabou morrendo, após cair em um buraco no rio, ao tentar pegar a bola com a qual brincava com os três filhos na Passagem da Conceição.

Homem de 36 anos se afoga ao tentar pegar bola e desaparece na Passagem da Conceição, em Várzea Grande. (Foto: Nathan Goulart)Homem de 36 anos se afoga ao tentar pegar bola e desaparece na Passagem da Conceição, em Várzea Grande. (Foto: Nathan Goulart)

Atenção com as crianças!

O cuidado com os pequenos sempre deve ser dobrado e eles jamais devem estar nas proximidades das águas sem a companhia de um adulto, como reforça o major.

Os afogamentos infantis podem ocorrer até mesmo em locais com pequenas quantidades de água, como em baldes ou banheiras e, por isso, a grande necessidade de cuidado.

Banhistas olhando pais e crianças banhando em piscina de clube, para evitar afogamentoO cuidado com crianças deve ser redobrado em locais com água, para evitar afogamentos. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Um bebê de apenas 1 ano morreu afogado em uma represa de um sítio, em novembro do ano passado, na comunidade Água Branca, em Cáceres, a 220 km de Cuiabá. Familiares explicaram à Polícia Civil que a criança estava brincando no quintal durante a tarde e, em certo momento, o pai saiu para procurá-lo.

Foi então que o pai não encontrou o filho e, ao procurar no quintal, percebeu o bebê caído na represa.

Álcool e brincadeiras perigosas

Não é incomum ver grupos de pessoas que se reúnem em cachoeiras ou rios para se refrescarem enquanto ingerem bebidas alcoólicas.

Esse comportamento, segundo o major, pode causar um afogamento, já que os reflexos, a capacidade de raciocínio rápido em casos de perigo ficam prejudicados pela ação do álcool no corpo da pessoa.

Muitas vezes, a diversão nos locais de banho também pode levar às brincadeiras perigosas, como pular de cachoeiras ou fazer manobras nas beiras de piscinas ou rios – ações que podem levar à morte, segundo o Corpo de Bombeiros.

Em maio de 2023, um adolescente de 15 anos morreu ao tentar pular de uma cachoeira e acabar caindo de cabeça nas pedras. Imagens feitas por pessoas que estavam no local, em Barra do Garças, a 519 km de Cuiabá, mostram o momento da queda da vítima.

Momento em que o adolescente caiu de cabeça da cachoeira e acabou morrendo. (Vídeo: Reprodução)

Salvamento: o que pode ser perigoso

É comum que, em casos de afogamentos, pessoas que estejam por perto tentem salvar a vítima. Porém, como explica o major do Corpo de Bombeiros, essa atitude deve ser cercada por cuidados, evitando que outra pessoa, além da vítima, também se afogue.

A primeira atitude deve ser sempre ligar para o socorro, através do número 193. Depois, os cidadãos podem tentar jogar um objeto flutuante para que a pessoa que está se afogando possa segurar.

Em casos de conseguir tirar a vítima desacordada da água, a orientação é tentar estimular a vítima a ter alguma reação, sacudindo seu corpo e conversando com ela. Caso ela continue desacordada, uma reanimação cardiorrespiratória, técnica de primeiros socorros, pode ser iniciada.

Como fazer a massagem cardíaca em adulto

– Mantenha a vítima deitada no chão;
– Ajoelhe-se ao lado dela;
– Sobreponha as mãos e posicione-as em cima do osso do peito da vítima;
– Mantenha os braços esticados (nunca dobre os cotovelos);
– Inicie a compressão do peito da vítima, imprimindo peso sobre ela e soltando;
– Faça 100 compressões por minuto;
– Se possível, a cada 100 compressões reveze com outra pessoa até a chegada do Samu 192.

Mas, vale lembrar que apesar de parecer fácil, essa técnica exige cuidado e deve ser feita com segurança. Portanto, se a pessoa não se considera capaz de fazer a massagem cardíaca, deve ligar para o socorro para ser orientada sobre a manobra ou aguardar a chegada dos socorristas.





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