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Saúde
Terça - 30 de Janeiro de 2024 às 10:54
Por: Cristiane Guerreiro/Gazeta Digital

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Em Mato Grosso, 19 pessoas são diagnosticadas por dia com câncer do colo do útero. Índice deixa o estado em alerta, mesmo com ligeira redução no número de casos em 5.9%. Durante todo o ano de 2023, 6.948 pessoas foram acometidas pela doença. Já em 2022, o total foi de 7.385 novos diagnósticos. O mês de Conscientização e Prevenção do Câncer de Colo de Útero, celebrado em janeiro, chama atenção para o diagnóstico e tratamento precoce, para evitar complicações e ampliar as chances de cura pela doença.

Curada há 5 anos, a pedagoga Maria Martins de Oliveira, 59, moradora no bairro Ponte Nova, em Várzea Grande, tinha 54 anos quando foi diagnosticada com câncer do colo do útero.

“Foi um susto, até porque costumo ir ao médico e realizar exames com frequência. Já tive câncer de mama, e precisei fazer quimioterapia e radioterapia, então quando recebi o diagnóstico, fiquei muito angustiada, achei que teria que passar por tudo de novo”.

Segundo Oliveira, a doença foi descoberta no estágio inicial, fato que colaborou para o processo de cura, além de um tratamento menos invasivo. “Não precisei fazer quimioterapia porque o câncer do colo do útero estava no começo. Realizei apenas a histerectomia, para a remoção total do útero e ovários, além da retirada da lesão. Foi uma cirurgia grande, mas com fácil recuperação, fiquei hospitalizada apenas 2 dias”.

Oliveira revela que realizou o procedimento no Hospital de Câncer de Mato Grosso, mas não foi pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Talvez a doença pudesse avançar se fosse esperar pela rede pública, então optei pelo particular, para acelerar o início do tratamento. Cerca de 30 dias após o diagnóstico já realizei a cirurgia, depois de fazer os exames pré-operatórios”.

Segundo Oliveira, após ter realizado o exame colpocitologia oncótica (papanicolaou), o resultado apresentou alterações, e então foi feito biopsia, que apontou para a existência da doença. “Fui encaminhada para acompanhamento com médico oncologista, e o diagnóstico foi confirmado. A doença apareceu de um ano para outro, pois, no ano anterior, realizei os exames, e estava normal. Se eu não fizesse acompanhamento médico todo o ano, só iria descobrir tardiamente, pois não senti dor e nenhum outro sintoma. É um câncer silencioso, por isso é necessário se cuidar e fazer os exames preventivos regularmente ”.

Agressiva, doença produz elevado risco

Médico oncologista Marcos Rezende alerta que o câncer do colo do útero é considerado agressivo e com alto risco de mortalidade, sendo considerado no Brasil, o terceiro tipo com mais incidência. “Se a doença for descoberta em estágio avançado, o paciente tende a ter dificuldade no tratamento pelas chances de recidiva”.

Segundo Rezende, os sintomas mais comuns da doença são corrimentos anormais com secreção, sangramento vaginal prolongado ou fora do período mestrual, desconforto na região pélvica, além de náusea e perda de peso. “Em estágio inicial, quando a lesão está pequena, geralmente não apresenta sintomas”. Rezende explica que o câncer do colo do útero é diagnosticado a partir do exame papanicolau.

“Nos casos iniciais, o tratamento ocorre através da cirurgia. Quando está um pouco mais avançado, é proposto o tratamento com quimioterapia associada à radioterapia. Em alguns casos, associa-se posteriormente a braquiterapia concomitante. Já os paciente com estágio bem avançado, apresentam melhores resultados com quimioterapia associada a imunoterapia e anticorpo humano monoclonal.” Segundo Rezende, a doença tem grandes chances de cura quando a lesão ainda é pequena.





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