Câmara de Diamantino abre processo que pode cassar prefeito Prefeito foi gravado recebendo dinheiro de empresário que prestava serviços no Município
A Câmara de Diamantino criou, na noite desta segunda-feira (27), uma comissão processante para analisar a suposta quebra de decoro do prefeito Manoel Loureiro Neto (MDB), acusado de receber propina. O procedimento pode levar à cassação do emedebista.
Em agosto do ano passado, vídeos de Manoel contando dinheiro que seria proveniente de propina vieram à tona.
A comissão foi criada após o Legislativo aceitar, por cinco votos a quatro, a denúncia de cidadã diamantinense Maria de Fatima Simonini Molina contra o prefeito no dia 5 de fevereiro.
Na denúncia, a mulher apontou que as acusações feitas contra o prefeito são “graves e não merecem passar impune”.
O prefeito foi alvo de busca e apreensão em agosto passado, durante operação do Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), ambos ligados ao Ministério Público do Estado (MPE).
Durante a sessão foram sorteados os nomes e funções dos membros da comissão. São eles: Michele Carrasco (União), como relatora; Alfredo Keller (PSD), presidente; e José Carlos David (PDT), será membro.
Uma tentativa de abertura de comissão processante já havia sido rejeitada pelos vereadores em agosto do ano passado.
Entenda o caso
Conforme as investigações do MPE, por diversas vezes, valendo-se do cargo de prefeito, Manoel teria exigido pagamentos de propina do empresário Alessandro Souza de Carvalho, da construtora Monte Alto Ltda, como condição para a autorização e liberação dos valores devidos pelo Município.
O empresário afirmou às autoridades que os valores exigidos eram entregues em espécie ao prefeito ou ao seu motorista, Fernando Tenório, “pessoa de confiança do prefeito que ficava encarregado de arrecadar a propina na ausência do seu chefe”.
Alessandro destacou que as exigências se agravaram em meados de 2022, quando o prefeito teria insinuado que os procedimentos licitatórios vencidos pela empresa continham irregularidades.
Para corroborar suas declarações, ele apresentou ao MPE conversas extraídas do aplicativo de mensagens WhatsApp; arquivos de áudios em que são ajustados dias e horários para o recebimento dos montantes exigidos; vídeo em que o prefeito confere o dinheiro e vídeo em que uma quantia é entregue nas mãos de Fernando Tenório, que se compromete a repassar ao prefeito.
Veja vídeo divulgado à época:
Leia mais sobre o assunto:
Comentários