Crise escancarada no PL expõe líderes de MT e do país
A disputa eleitoral de 2024 em Mato Grosso escancarou a crise interna no PL de Mato Grosso por conta do confronto entre a ala da velha guarda que está no partido desde o tempo em que era denominado PR e a bolsonarista raiz, que chegou na sigla em 2022 com a filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O mais novo episódio vem de Sinop, onde o atual prefeito, Roberto Dorner, se filiou ao partido sob articulação do senador Wellington Fagundes (PL), que representa a ala antiga da sigla e tem resistência dos bolsonaristas raízes.
Menos de 24 horas depois da filiação de Dorner, com a bênção do presidente nacional Valdemar da Costa Neto, a ala bolsonarista divulgou uma chamada de vídeo com Bolsonaro em que afirma não fechou nenhum apoio ou compromisso com Dorner.
"Não fechei nenhum compromisso com ele e não fui perguntado se eu estaria contra ou a favor. Eu quero que vocês decidam quem vai ser o candidato. Quem são vocês? A executiva municipal, os deputados estaduais e federais e os políticos da região", disse Bolsonaro no vídeo divulgado em conversa com o deputado estadual Gilberto Cattani, a deputada federal Amália Barros e a empresária Mirtes Grotte, quem a ala bolsonarista defende como pré-candidata.
Os deputados Abílio Brunini (PL) e José Medeiros (PL) também gravaram vídeo pedindo para Mirtes permanecer na sigla e que ela seria pré-candidata.
A crise interna aumenta porque a presidente municipal do PL em Sinop, Rosana Martinelli, também foi contra a filiação do prefeito Dorner, já que ela critica a atual gestão e também se coloca como pré-candidata.
A articulação de Wellington Fagundes para garantir a reeleição de Dorner está sendo rejeitada pela ala nova da sigla.
Questionado sobre o tema, Fagundes se esquivou dizendo que o assunto será tratado ao nível nacional. O mesmo acontece com o atual presidente estadual, indicado por Fagundes, Ananias Filho.
Segundo ele, todos os lados serão ouvidos e encaminhados para a cúpula nacional decidir. Segundo ele, existem ruídos, mas que tudo chegará em um consenso.
"Não existe racha no partido. É que houve um mal-entendido, muito pelo fato do [ex] presidente Bolsonaro estar proibido de conversar com o nosso presidente nacional Valdemar da Costa Neto", justificou.
Apesar da negativa, a celeuma entre as duas alas segue em outros municípios, como em Várzea Grande, onde Wellington Fagundes propôs uma composição. Contudo, o novo grupo garante lançar a advogada Flávia Moretti.
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