Servidora aborda respeito e diversidade e vira alvo de ataques Profissional enfatizou importância de respeitar as diferenças individuais, mas foi acusada de doutrinação
Uma servidora de uma escola municipal de Várzea Grande está sendo alvo de ataques nas redes sociais após discursar contra bulliyng e homofobia para os alunos da instituição. Uma pessoa gravou a fala e compartilhou na internet, o que gerou acusações de que ela estaria “doutrinando” crianças.
Durante a fala, a servidora, que é uma mulher trans, ressalta a importância de haver respeito entre os alunos e também para com os profissionais de educação, para que não haja discriminação. Ela falou sobre a diversidade e explicava porque é errado ter atitudes preconceituosas contra qualquer pessoa, seja qual for o tipo de preconceito.
“Se as pessoas não aprenderem a respeitar, pessoas como eu vão passar a sofrer e ficar doentes. As pessoas na rua vão julgar e xingar como se houvesse um direito para isso, mas não há”, disse a profissional.
Em outro momento da fala, ela explica aos alunos que homofobia é crime, resultando de um a três anos de prisão. Ressalta que qualquer tipo de preconceito não será tolerado na escola, passível de advertência aos alunos.
Nas redes sociais, a fala pedindo respeito bastou para que ela se tornasse alvo de ataques em publicações de políticos bolsonaristas, que disseram que a servidora buscava “doutrinar” as crianças. Entre os críticos estavam a deputada federal Amália Barros (PL), e os deputados estaduais Gilberto Cattani (PL) e Elizeu Nascimento (PL).
Discriminação e preconceito são, além de crimes, contrários aos valores que devemos instigar desde cedo
O sercretário municipal de Educação de Várzea Grande, Silvio Fidelis, defendeu a servidora.
“Ela abordou os diversos preconceitos presentes na sociedade, especialmente os relacionados à condição social, orientação sexual, etnia, raça e modo de falar. O intuito era fomentar o respeito mútuo entre os alunos, motivado também por relatos de bullying. Discriminação e preconceito são, além de crimes, contrários aos valores que devemos instigar desde cedo, visando uma sociedade mais justa e fraterna”, disse ele em entrevista ao site VG Notícias.
Fidelis também mencionou que determinou à equipe pedagógica da escola acompanhar os casos de bullying e desenvolver um plano de ação para prevenir situações que levem ao constrangimento ou à evasão escolar por medo ou sofrimento. Muitos internautas também apoiaram a fala da servidora.
“Não foi uma palestra! Essa servidora (que é muito querida pelo corpo docente e alunos) sofreu preconceito por parte de uma das crianças e com o apoio da escola fez uma pequena fala sobre transexualidade para esclarecer as crianças do porque ela é ‘diferente’”, disse uma internauta.
“Apenas falando sobre o que muitos pais não falam e não ensinam em casa: respeitar o próximo”, disse outro usuário.
Veja o vídeo:
Comentários