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Quinta - 11 de Abril de 2024 às 15:44
Por: Mídia News

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A vereadora Maysa Leão (Republicanos) apontou um discurso contraditório dos deputados
A vereadora Maysa Leão (Republicanos) apontou um discurso contraditório dos deputados

A vereador Maysa Leão (Republicanos) fez duras críticas aos parlamentares que votaram pela soltura do deputado federal pelo Rio de Janeiro, Chiquinho Brazão (sem partido), acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL).

Bandido bom é bandido preso desde que não seja da minha turma

Votaram pela liberdade os deputados Coronel Assis (União), Coronel Fernanda (PL), Amália Barros (PL), José Medeiros (PL) e Abílio Brunini (PL), que é pré-candidato a prefeito de Cuiabá.

“Eu já digo meu posicionamento há algum tempo. Imagina se o deputado federal Abilio Brunini se tornar prefeito de Cuiabá? Aqui estaremos todos expostos. Há uma incongruência, excesso de narrativas, falta de política pública e coerência. Esse é o perigo que Cuiabá está correndo”, declarou a parlamentar na manhã desta quinta-feira (11), na Câmara Municipal de Cuiabá.

A parlamentar considerou um absurdo o fato de parte da bancada de Mato Grosso ter se posicionado pela soltura de Chiquinho, principalmente, por se tratar de um crime cometido contra a classe política.


É simplesmente um absurdo Mato Grosso se posicionar pela soltura de um deputado envolvido com milícia, envolvido com um crime tão grave como esse, que fere nós políticos, porque coloca todos nós em vulnerabilidade e o desejo de pessoas idôneas com pautas reais de entrarem na política", afirmou.

"Porque a vida de Marielle foi ceifada por interesses políticos, e hoje, o que a gente vê, parte da bancada, e temos que colocar ai um aplauso para deputada Gisela Simona, que essa sim representou todos cidadãos, que mostrou que lugar de pessoa envolvida com milícia e com crime não é no Parlamento”.

A parlamentar destacou que é uma vergonha o posicionamento dos deputados e apontou que as mulheres estão cansadas de discurso e lutam por política pública, leis mais duras e que o crime não compense.

“Bandido bom é bandido preso desde que não seja da minha turma. Este foi o recado que eles deram. Então é inaceitável, é incongruente e vai ficar marcado na história. O recado é que o feminicídio compensa. Dependendo de quem é o autor, a lei, a regra, a lisura terá elasticidade”, finalizou.

Chiquinho foi preso no dia 24 de março junto com o irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe de polícia no RJ, na época da morte da vereadora, em março de 2018. Todos são acusados de participação na morte da parlamentar, com base na delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como executor do crime.

Votação na Câmara

O parecer da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal defendeu a manutenção da prisão de Chiquinho concordando com a tese do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a medida cautelar era necessária por atos de obstrução à Justiça. “Claramente configurado o estado de flagrância do crime apontado, seja por sua natureza de permanência, seja pelo fato de que os atos de obstrução continuavam a ser praticados ao longo do tempo”, diz trecho do parecer.

Na sessão dessa quarta-feira (10), a Câmara aprovou o parecer por 277 votos a favor e 129 contra. Eram necessários 257 para manter a prisão, o que representaria a maioria absoluta da Câmara. Outros 28 se abstiveram e 78 estavam ausentes.

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