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Sábado - 13 de Abril de 2024 às 06:49
Por: Liz Bruneto/Mídia News

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A Delegacia da Mulher de Cuiabá, onde a ex-funcionária registrou o boletim de ocorrência
A Delegacia da Mulher de Cuiabá, onde a ex-funcionária registrou o boletim de ocorrência

Uma ex-funcionária do Ibis Hotel Shopping, em Cuiabá, registrou nesta quinta-feira (11) um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher afirmando ter sido demitida após sofrer importunação sexual por parte de um colega de trabalho.

Sempre ficar atrás da declarante e por vezes até mesmo esfregar o pênis na parte da bunda da declarante, chegando ao ponto dela interpelar ele dizendo: Para!

Segundo o documento, ela afirmou ter começado a trabalhar na empresa há duas semanas, no dia 26 de março, e sido demitida após o episódio de assédio por ter conversado sobre o fato com outros colegas.

Ao MidiaNews, a gerência do hotel afirmou que a jovem e outra funcionária foram demitidas sem justa causa por não terem passado pelo período de experiência. Ela, segundo a empresa, só teria trazido à tona a denúncia de assédio após a demissão.

A jovem de 21 anos relatou ter percebido que o colega encarregado de lhe ensinar o serviço “agia com atitudes suspeitas”, consta no B.O..


“Sempre ficar atrás da declarante e por vezes até mesmo esfregar o pênis na parte da bunda da declarante, chegando ao ponto dela interpelar ele dizendo: Para!”, diz outro trecho.

Na ocasião, segundo a jovem, o colega teria dito: “Não foi por querer, morena”.

Ainda no depoimento, ela alegou ter falado com outros funcionários sobre o caso e recebido como resposta que aquele comportamento era “normal” do colega, e que “outras funcionárias que reclamaram tinham sido mandadas embora”.

Após o episódio, conforme o depoimento da jovem, o colega que ela acusa teria passado a ser “rude e tratá-la com grosseria”.

Na última quarta-feira (10), por volta do meio-dia, a jovem teria dito aos colegas que sairia às 13h50, pois havia chegado às 4h30 como acordado.

Ela conta que foi bruscamente interrompida pelo suposto agressor enquanto falava. “Se você quer sair no horário faz essa porra logo!”, ele teria dito.

Em poucos minutos, ela e a amiga foram chamadas pela supervisora que, ainda de acordo com sua versão, teria dito que “conforme o contrato” a empresa as demitiria por “motivo de critério gravíssimo”.

A supervisora, no entanto, não teria entrado em detalhes sobre tais critérios.

No documento a jovem alega que outro funcionário as acompanhou até o banheiro para pegar os uniformes e que ambas não tiveram acesso aos seus pertences pessoais.

“A declarante suspeita que foi mandada embora por causa do fato de ter sido assediada pela pessoa de * [suposto agressor] e comentou sobre isso com outros funcionários”.

Outro lado

De acordo com o gerente do hotel, que se identificou apenas como Rafael, a denúncia de assédio só foi “levantada após o desligamento, que foi feito sem justa causa”.

“As meninas estavam em teste e a empresa decidiu não seguir. A mesma falou que foi assediada na semana anterior. Questionamos por que não trouxe isso à gerência antecipadamente. Ela também não soube explicar o motivo”, afirmou o gerente.

Segundo a gerência, o caso teria sido investigado internamente e não haveria provas do suposto assédio.

“Averiguamos todas as câmeras e não identificamos nenhum fato que represente o que ela está afirmando. A orientamos a seguir com a denúncia contra a pessoa que fez isso, se ela tem essas provas”.

Segundo a gerência, vários funcionários foram questionados sobre o caso e nenhum teria confirmado a versão da jovem.

O gerente afirmou que o protocolo seguido pelos funcionários é o de trocar o uniforme no interior da empresa. “A gente solicitou a devolução do uniforme e nada além disso. Tem imagem de todas as câmeras”, disse.





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