“Estou em choque”, diz mãe de bebê que voltou ferida da creche Marca nítida de mão ficou estampada nas costas da criança; diretora sugeriu "alergia"
Mãe encontrou marca de 'tapão' nas costas da filha; mordida aconteceu em março
A mãe que denunciou o Centro Educacional Infantil Cuiabano (CEIC) Rosangela de Campos, após encontrar hematomas no corpo da filha de um ano e dois meses, afirmou ainda estar em choque com a situação.
Eu dei banho na minha filha depois da janta e na hora que eu tirei a roupinha estava aquela marca de mão nas costas
“Fiquei sem reação quando vi os hematomas nas costas dela. Fiquei em choque. Não está certo o que aconteceu e eu quero justiça pela minha filha”, afirmou a mulher, que preferiu não ser identificada.
O exame do corpo e delito ao qual a bebê foi submetida, após o registro de um boletim de ocorrência sobre o caso, deu positivo para agressão. “O exame deu positivo e agora eu quero a posição sobre o que aconteceu com a minha filha”.
Em conversa com o MidiaNews, a mãe contou que buscou a filha na unidade, na última sexta-feira (26), por volta das 5h50. Como de costume, ela perguntou se teria ido tudo bem com a filha, não sendo informada pelas cuidadoras sobre nenhuma situação.
“Eu dei banho na minha filha depois da janta e na hora que eu tirei a roupinha estava aquela marca de mão nas costas. Fazer isso com uma criança que nem fala é uma maldade”.
Imediatamente, ao ver as marcas avermelhadas espalhadas pelas costas da filha, a mãe entrou em contato com a direção da unidade e enviou fotos dos hematomas.
“Perguntei o que tinha acontecido, mas a diretora disse que não sabia e falou ‘será que não é uma alergia?’. É a forma de uma mão na foto, não existe alergia com o formato de mão nas costas, estava nítido na foto”, afirmou.
Segunda vez
A menina frequenta o CEIC desde que tinha apenas cinco meses e, somente neste ano, diz a mãe, já foram dois episódios de agressão ou descaso.
Em março, a filha voltou para casa com uma mordida já roxa na panturrilha da perna direita. Na ocasião, a direção ficou de averiguar o que havia acontecido e não deu retorno algum à mãe.
“Eu tive que ir atrás das professoras que cuidam, de alguém para me dar um parecer, porque a diretora e nem a coordenação me procurou. Fiquei indo pra lá e pra cá”, disse.
A mulher é mãe solo e tem mais um filho de 8 anos, e desde o ocorrido não mandou mais a filha para a creche. “Não tenho condição de pagar uma creche particular, mas tenho medo e lá eu não deixo mais a minha filha de jeito nenhum”.
“Um descaso total, me sinto angustiada e tenho medo, porque a gente confia nesses órgãos para poder deixar nosso filho e poder trabalhar".
O CEIC é uma unidade municipal que atende crianças de até 4 anos.
A Secretaria Municipal de Educação se manifestou por meio de nota e disse ter tomado conhecimento do fato no último domingo (28).
“Uma equipe da Coordenadoria Técnica de Ensino será deslocada até a unidade, no primeiro horário desta segunda-feira para apurar os fatos e as responsabilidades”, diz trecho da nota.
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