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Domingo - 12 de Maio de 2024 às 10:49
Por: Giordano To,masselli/Mídia News

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Tradicionalmente, o segundo domingo de maio foi a data reservada para homenagear a pessoa mais importante de nossas vidas: as mães. Elas enfrentam os mais diversos desafios desde a maternidade até os dias seguintes na criação dos filhos.

Este é caso das três cuiabanas ouvidas pela reportagem: Ana Alice da Costa, de 33 anos, Fabiany Costa Machado, de 27 anos, e Lira Souza, de 23 anos.

Ao MidiaNews, três mães falaram sobre como, apesar das dificuldades que enfrentam pelo caminho, tiveram suas vidas mudadas após a chegada de seus filhos.

Ana Alice da Costa é cirurgiã dentista e acabou de se tronar mãe do Miguel, há menos de 6 meses. Ela voltou recentemente a trabalhar, pois como é autônoma, não tinha nenhum ganho no período que precisou ficar parada pela maternidade.


“Voltei a trabalhar cedo, com quatro meses, ele ainda estava mamando no peito e tive que introduzir a fórmula. Foi bem difícil ficar longe, começar a introdução alimentar, vários momentos tive que parar o trabalho para ajudar pelo telefone. Ele chorava, ficava ‘gripadinho’, parar o trabalho para poder levar ao médico. Muitas vezes, tive que desmarcar paciente em cima da hora, para poder ajudar”, relata.

Foi bem difícil ficar longe, começar a introdução alimentar, vários momentos eu tive que parar o trabalho para ajudar

A volta, porém foi necessária, para ajudar nas despesas de casa, que estavam a cargo somente do marido.

“Tive que me privar, porque você está acostumado a ter uma vida que tinha dinheiro para comprar todas as coisinhas e de repente tem que lidar com a privação de tudo. Foi muito conturbado para a minha cabeça”, afirma.

Já Fabiany Costa Machado é mãe da Maria Julia, de 4 anos, e do Samuel, de 3. Ela diz que não consegue um emprego devido a rotina diária de cuidados.

Formada em direito, ela é mãe solo e necessita dedicar atenção principalmente à filha mais velha, que tem autismo.

“A rotina é muito puxada, porque ela tem terapia de segunda a sexta durante a tarde. Eles entram as 7 da manhã na escola e ela sai mais cedo. Como sou eu quem busca, não consigo um serviço [pelo horário]”, explica.

Eu cheguei a vender açaí no meu condomínio, mas estava muito puxado

“Eu cheguei a vender açaí no meu condomínio, mas estava muito puxado, porque era o horário que eu tinha para dar atenção ao Samuel. Era o único momento que a gente tinha junto para poder brincar e conversar, então tive que priorizar isso”, relata.

Lira Souza é mãe do Théo Jorge, de 2 anos. Ela é dona de casa e dedica ao filho atenção integral.

“Ser mãe de uma criança de 2 anos é não conseguir fazer nada além de cuidar dele”, diz ela.

Felizmente, Lira conta que nunca passou dificuldade financeira, mas revela um sonho que está em espera: “Queria fazer faculdade de pedagogia, mas ainda não consegui conciliar o cuidar dele e estudar. Espero que quando ele crescer um pouquinho eu consiga”, conta.

Rede de apoio

A expressão rede de apoio se popularizou nos últimos tempos. Ela significa nada mais que as pessoas de confiança que dão suporte e auxiliam nos momentos em que a mãe precisa e sente necessidade.

Essa ajuda pode ser muito significativa, principalmente, no puerpério, ou seja, logo após o parto. Nesse período, a mãe lida com muita coisa e ainda tem que se acostumar com a nova rotina.

Ana Alice conta que recebeu todo o apoio dos pais na gravidez, mas que depois de alguns dias após o parto preferiu ir para casa, onde conta com o apoio do marido.

“Depois que voltei a trabalhar, o Miguel estava com quatro meses. Ele fica com a avó paterna e a bisavó. Às vezes, fica na casa da minha mãe. Então, eu tenho esse apoio deles”, conta.

Fabiany conta que, depois do baque da descoberta da gravidez, recebeu desde lá muito apoio dos pais.

“Estava terminando o curso de direito e fiquei com medo de contar sobre a gravidez, fiquei desesperada. Para minha mãe, no primeiro momento, foi um baque, mas me deram todo suporte e apoio que precisava. Hoje, tenho só meus pais para me ajudar, que são minha rede de apoio”, conta.

A jovem Lira conta que não tem uma rede de apoio para ajudar nos cuidados do filho Théo. Apesar de o marido ajudar, ele fica o dia inteiro fora, pois precisa trabalhar.

“Quando descobri a gravidez, toda a família ficou bem feliz com a notícia. Mas hoje, sinceramente, não tenho rede de apoio. Todo mundo mora longe, é só eu e meu filho”, inicia.

“Raramente, a minha mãe consegue vir para me ajudar, porque ela mora muito longe”, diz a dona de casa.

hoje sinceramente eu não tenho rede de apoio nenhuma. Todo mundo mora longe, é só eu e meu filho

O maior amor do mundo

Apesar de todas as dificuldades que possam enfrentar, que com toda a certeza vão muito além das relatadas, elas falam sobre o quão maravilhosa é a maternidade e o que mudou na vida das três após a chegada dos filhos.

“O Miguel me salvou de muita coisa. Ele me trouxe vontade de viver, não sei explicar. Achava que era clichê as pessoas falarem isso”, diz Ana Alice.

“Mas ser mãe me tornou uma mulher de verdade, me fez renascer. Não me lembro de outra vida sem o Miguel, só lembro da minha vida agora, com ele”, encerra a dentista.

Arquivo Pessoal

especial maes

As mães entrevistadas e seus filhos

Já Fabiany descobriu algo novo. “Desde o primeiro momento descobri uma coisa que não sabia que tinha, uma garra enorme, que nem eu sabia que tinha. Não sou a mesma Fabiany de antes da maternidade”, conta.

“As minhas prioridades se tornaram outras, até mesmo o rol de amigos mudou. Tudo se transformou”, conclui ela sobre a chegada da Maria Júlia e do Samuel.

Para Lira, não foi diferente. “Foi uma coisa maravilhosa, depois de me tornar mãe consegui achar o sentido da vida”.

“Porque você está criando um ser humano para a vida. Então, então foi uma das coisas mais emocionantes que me aconteceu. Você precisa viver pra ele, mas é uma das melhores coisas que há”, encerra ela.

A data, estabelecida no Brasil na década de 1930, pelo então presidente Getúlio Vargas, hoje é a segunda data comemorativa mais importante para o comércio, atrás apenas do Natal. É o dia do ano para homenagear quem batalha 24 horas por dia nos 365 dias do ano, sem descanso e com amor imensurável, que é o de mãe.





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