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Economia
Sábado - 14 de Julho de 2012 às 07:40

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O aumento nos preços do diesel que começará a chegar aos consumidores a partir de segunda-feira trará apenas algum alívio para o caixa da Petrobras e terá impacto pequeno nos índices de preço neste ano, como queria o governo, segundo avaliações de analistas feitas nesta sexta-feira.

 

 

 

O consumidor brasileiro deverá pagar cerca de 4% a mais pelo diesel, em mais um movimento da estatal para reduzir a defasagem do combustível em relação ao mercado internacional.

 

 

 

Mas como essa defasagem ainda persiste - é de 15% em relação às refinarias do Golfo dos Estados Unidos, preço considerado referência para o mercado -, a área de abastecimento da estatal seguirá no vermelho, com a empresa continuando a vender o produto importado no mercado nacional abaixo do valor pago no exterior.

 

 

 

"O Brasil é um importador líquido de diesel e provavelmente vai continuar assim por um tempo, devido aos atrasos nas refinarias em construção e o adiamento das refinarias Premium", afirmou o Itaú em relatório.

 

 

 

Já analistas do BBI calculam que o ajuste de 6% no diesel na refinaria, anunciado na véspera, vai reduzir as perdas da Petrobras em R$ 1 bilhão no trimestre.

 

 

 

Mas como a defasagem permanece em relação ao mercado internacional, a companhia terá um prejuízo de 5,6 bilhões no segmento de abastecimento, segundo o banco.

 

 

 

Analistas do Deutsche Bank também avaliam que a Petrobras "continuará a apresentar resultados negativos no segmento de refino".

 

 

 

"Mais reajustes ou um movimento nos preços das commodities e no câmbio são necessidade para companhia, avaliou o banco em relatório.

 

 

 

Mesmo assim, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou nesta sexta-feira que os dois reajustes - o primeiro anunciado no final de junho, de quase 4% para o diesel e de 7,83% na gasolina - ajudará "bastante" a estatal.

 

 

 

O Citibank, por sua vez, avalia que o lucro da Petrobras poderá subir quase R$ 1,2 bilhão em 2012, um aumento de 4% em relação à estimativa anterior.

 

 

 

Na mesma linha, o Itaú diz que o reajuste irá provocar um aumento de 3% na receita da Petrobras em 2012, e uma alta de 5,8% no lucro anual da estatal, que poderá atingir R$ 33,9 bilhões.

 

 

Inflação
Enquanto minimiza mas não soluciona as perdas da Petrobras, a alta do diesel é insignificante para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado pelo Banco Central como a referência para a meta de inflação.

 

 

 

Mas, no Índice Geral de Preços, o impacto deve ser de cerca de 0,11 ponto percentual no ano, de acordo com os economistas ouvidos pela Reuters.

 

 

 

Segundo eles, os índices de inflação ao consumidor devem ter apenas efeito indireto, porém pouco significativo, caso haja aumento de preços de alimentos (por reajuste dos fretes), e nos preços controlados de transporte público.

 

 

 

"O efeito direto no IPCA é muito pequeno, mais ou menos 0,005 ponto. Tem um efeito indireto através pressões de frete e impacto no custo de transporte urbana que é mais pra frente", afirmou o economista do banco Itaú BBA, Elson Telles.

 

 

 

A economista do banco Santander, Tatiana Pinheiro, buscou minimizar os efeitos indiretos lembrando que preços de alimentos levam em conta o resultado da safra, pedágio, imposto, e, no caso dos transportes, a recomposição salarial da categoria.

 

 

 

"Existem outros fatores tão ou talvez mais importantes", disse a economista. Para a economista do Santander, o impacto do reajuste será mais sentido no IPA-M, que deve ter alta de 0,16 ponto, que é um dos componentes do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M).

 

 

 

Telles afirmou que no IGP-M a alta proporcionada é 0,11 ponto percentual divida em 0,04 no índice de julho e de 0,07 no indicador de agosto.

 

 

 

O impacto nos preços ao consumidor é menos signficativo porque o peso do diesel no IPCA é de 0,12%, enquanto que no IPA-M é de 2,7%




Fonte: DO DC

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