Número de mulheres assassinadas cresce 267% na região de Cuiabá, aponta anuário
Apesar da queda no número de casos de feminicídio em Mato Grosso, conforme os dados do Anuário da Secretária de
Estado de Segurança Pública, ano passado houve um aumento de 267% nos assassinatos na Região Integrada de Segurança Pública (Risp) Cuiabá. 7 mulheres foram mortas na área que, além da Capital, abrange municípios como Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger. No ano anterior foram dois feminicídios. Os números também aumentaram em outras 6 regiões, tendo como segundo destaque Cáceres, que registrou um aumento de 184%.
São 15 Risps no estado e elas são micro divisões entre os municípios, que formam conjuntos com a presença e atuação
de todos os órgãos de segurança pública. O anuário apresenta casos registrados desde 2019, ano em que Mato Grosso teve 39 feminicídios. Em 2020 os números saltaram para 62 casos e também teve Cuiabá como destaque, com 7 vítimas. O índice registrou uma queda de 25% quando comparado o período entre 2020 e 2023. Ano passado foram 46 vítimas de feminicídios.
Em 2023, o Risp Várzea Grande, que também compreende os municípios de Jangada, Nobres, Rosário Oeste, Acorizal,
Nossa Senhora do Livramento e Poconé, não registrou nenhum feminicídio. Assim como o Risp Barra do Garças, composta
por cidades como Araguaiana e General Carneiro, entre outras.
“As estatísticas de violência contra as mulheres externa o quanto Mato Grosso precisa crescer em ações afirmativas e
políticas públicas positivas para diminuir os dados. Várzea Grande, cidade vizinha, tem rede de proteção às mulheres implantada há muito tempo. Assim, o fato de termos menos feminicídios por lá é um indicativo de que onde as políticas públicas acontecem para amparar mulheres, também previne a ocorrência de delitos contra elas”, pontua a defensora pública, Rosana Leite.
No ano passado, os números de feminicídio também aumentaram na Risp Sinop, Juína, Pontes e Lacerda, Água Boa e Guarantã do Norte.
“Apenas o cumprimento da lei não é o suficiente para evitar que a violência contra as mulheres ocorra. É preciso que a
pauta seja incluída em todos os lugares, como forma de mostrar que a violência contra as mulheres impacta a existência
de todas as pessoas socialmente”.
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