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Sábado - 25 de Maio de 2024 às 11:07
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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O casarão, que pertenceu à família Cuiabano, caiu no domingo, após chuva intensa na Capital
O casarão, que pertenceu à família Cuiabano, caiu no domingo, após chuva intensa na Capital

Constituído por uma significativa variedade de prédios e casarões que resistem desde o período colonial, o Centro Histórico de Cuiabá pede socorro.

A situação foi discutida, em audiência pública realizada na sexta-feira (24), pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

O debate foi proposto pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT), que entende que a região precisa de ação urgente por parte do poder público.

Entre essas medidas, estão apoio ao comércio local, cuidado aos moradores de ruas, fortalecimento do comércio, resgate do patrimônio histórico, consequentemente, dos imóveis abandonados, muitos com risco de desabamento.

A área tombada de 13,1 hectares abrange cerca de 600 imóveis.

Destes, 400 prédios e casarões são remanescentes dos séculos XVIII, XIX e XX. Contudo, boa parte está sem preservação.

“Nos últimos anos temos vistos um estado de abandono tanto por parte do poder público como dos proprietários de alguns imóveis e existe uma certa dificuldade de fazer frente a essa demanda”, disse o arquiteto André Campos.

Ainda em 2019, um estudo feito pela Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), repassado ao Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), apontava que 98 imóveis localizados no conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico que formam o Centro Histórico de Cuiabá estavam abandonados.

Desse montante, 43 já apresentam risco de desabamento.

No mesmo ano, parte da estrutura de uma casa, onde funcionou a antiga Gráfica do Pepê, ao lado do Museu de Imagem e Som de Cuiabá (Misc), desabou.

De lá para cá, quase nada foi feito para impedir o desabamento de casarões como ao que pertenceu ao fazendeiro Manoel Pereira Cuiabano e que foi lar de Jejé de Oyá.

Localizado atrás Paróquia Nossa Senhora da Boa Morte, o imóvel desabou em 2022.

Outros problemas a serem enfrentados são os espaços públicos, como as praças e o Beco do Candeeiro, ocupada por usuários de droga e a prática de prostituição, bem como os frequentes arrombamentos e furtos praticados contra os estabelecimentos localizados na região central.

A sensação de insegurança afeta negativamente os empresários que atuam na região central.

MP-MT - A preservação e recuperação dos imóveis do Centro Histórico de Cuiabá também foi discutida no dia 17 deste mês pela 29ª Promotoria de Justiça Cível da Capital.

De acordo com informações do Ministério de Público do Estado, a intenção foi traçar estratégias para revitalização do patrimônio histórico.

“Pensamos em escolher alguns imóveis, que estejam de posse do poder público, para articularmos a restauração em parceria com empresas privadas e fundações”, disse na ocasião o promotor de Justiça Carlos Eduardo Silva, que também coordena o Centro de Apoio Operacional (CAO) do Patrimônio Histórico e Cultural, do Meio Ambiente Urbano e de Assuntos Fundiários.

Após a recuperação, conforme ele, a ideia é promover a “ocupação desses espaços com vida, com a possibilidade de transformá-los em um centro cultural ou um museu, por exemplo”.

Um dos pontos de encaminhamento é de que serão trabalhados inicialmente, como projeto-piloto, os imóveis da antiga Gráfica Pêpe e um sobrado localizado na Rua Campo Grande.

A proposta, a ser encaminhada ao poder público, foi detalhada aos integrantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU-MT), do Instituto Cidade Legal (ICL) e da Associação de Cultura Muxirum Cuiabano.





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