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Sexta - 13 de Julho de 2012 às 23:13

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Assessoria/Defensoria Pública
Tratores derrubaram casas em loteamento em Cuiabá
Tratores derrubaram casas em loteamento em Cuiabá
O comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Osmar Lino Farias, determinou nesta sexta-feira (13) o afastamento das funções do comando do 9º Batalhão, o oficial Rhaygino Sarly Rodrigues Setúbal, por conta das arbitrariedades cometidas por policiais militares durante o cumprimento de um mandado de reintegração de posse no bairro Parque Humaitá I, em Cuiabá. A ação no local ocorreu na tarde de quinta-feira (12).

Segundo informações da PM, o Comando Geral da Polícia Militar não tinha conhecimento da reintegração de posse no bairro. As recomendações eram para os policiais somente acompanhar os oficias de Justiça. No entanto, de acordo com a assessoria de imprensa da PM, não houve estudo de viabilidade e nem de planejamento para executar a operação de reintegração de posse.

A PM anunciou ainda que o comandante do 9º Batalhão, Rhaygino Sarly Rodrigues Setúbal, não tinha ordem institucional para realizar a operação. O coronel Osmar Lino Farias ressaltou que os responsáveis pela ação serão investigados pela corregedoria da PM.

Além disso, o comandante do Regional I, coronel Jadir Metello da Costa, afirmou que será instaurado um inquérito para investigar a ação dos policiais, já que 15 pessoas ficaram feridas, entre elas, uma criança que foi atingida no rosto por uma bala de borracha. “Os policiais poderiam ter recuado porque não tinha estrutura para realizar a ação. Se fosse de forma organizada, não teria acontecido isso", avaliou o coronel, ao explicar que, os PMs erraram ao sair para dar apoio aos oficiais de Justiça sem comunicar o Comando Regional. "Não teve consentimento do Comando, mas tem uma situação que deve ser investigada", frisou.
 

Policiais usaram balas de efeito moral e gás lacrimogênio. (Foto: Assessoria/Defensoria Pública)
Policiais usaram balas de borracha e gás lacrimogênio. (Foto: Assessoria/Defensoria Pública)



De acordo com o comandante, os oficiais chamaram a polícia para verificar a questão, mas falaram que não havia ninguém morando, sendo que ainda tinha moradores no local. "Eram mais de 60 moradores e apenas 15 policiais, sendo que normalmente se tem o dobro de policiais do que de manifestantes", explicou.

Durante o processo de investigação, que deve ser concluído em 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20, serão ouvidos os 15 policiais que participaram da ação, os moradores que foram encaminhados temporariamente para um alojamento da Prefeitura Municipal, na Avenida Palmiro Paes de Barros, bem como oficiais de Justiça e outras testemunhas. O resultado dos exames de corpo de delito das vítimas também será analisado durante o inquérito, conforme Jadir Metello.

No boletim de ocorrência registrado pela PM, consta que a polícia informou os oficiais de que era preciso um estudo prévio para nortear o trabalho de desocupação da área. No entanto, os policiais se dispuseram a ir para verificar a situação apenas. "Verificamos que as vias que davam acesso ao local estavam interditadas e foi solicitado que desobstruíssem as vias e as várias pessoas que estavam ali se recusaram. Eles usaram crianças para interromper a ação policial", diz trecho do boletim.

A ocorrência relata ainda que no momento em que os PMs foram retirar os pneus, madeiras e entulhos que estavam obstruindo as vias, os moradores tentaram agredir os policiais e que, por isso, foi necessário o uso de gás lacrimogênio e balas de borracha.

Logo após o ocorrido, a moradora Keila Márcia de Souza Rodrigues contou ao G1 que foi um verdadeiro terror e reclamou que nem as crianças foram respeitadas. "Parecia um cenário de guerra", disse ela.





Fonte: Do G1 MT

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