Celulares em penitenciárias: policiais e advogados são alvos de operação em MT Dentre os 19 alvos, estão policiais penais e advogados, que teriam facilitado a entrada de celulares e outros objetos ilegais em penitenciárias do estado
Na manhã desta quinta-feira (6), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) deflagrou a ‘Operação Caixa de Pandora’, que investiga um grupo suspeito de facilitar a entrada de materiais ilegais, como celulares, em unidades prisionais de Mato Grosso.
Entre os 19 alvos, estão policiais penais e advogados, que não tiveram as identidades divulgadas.
‘Caixa de Pandora’
A ação do Gaeco contou com uma força-tarefa envolvendo 85 agentes de segurança das Polícias Civil, Milita e Penal, além do Sistema Socioeducativo e MPMT (Ministério Público de Mato Grosso).
Foram 43 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres, a 220 km de Cuiabá. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais.
(Foto: Gaeco/MPMT)Esquema de celulares em penitenciárias
Segundo as investigações, o grupo criminoso agia facilitando a entrada de objetos ilegais nas unidades penitenciárias e, em troca, eram pagos por isso.
Dentre as unidades na qual o crime acontecia, estaria a PCE (Penitenciária Central do Estado), em Cuiabá.
Algumas provas colhidas durante as investigações teriam confirmado que, por meio dos celulares que entravam nas unidades prisionais, os detentos ordenavam crimes extramuros.
Ainda conforme o Gaeco, a entrada dos aparelhos nas penitenciárias contava com o apoio de advogados durante visitas aos reeducandos.
(Foto: Gaeco/MPMT)Um freezer novo, com sinais de violação, foi encontrado durante as investigações. O aparelho seria usado para esconder e transportar os celulares nos locais.
Com isso, os quatro advogados investigados na operação perderam o direito de exercício da profissão, após decisão judicial.
A reportagem entrou em contato com a Sesp-MT (Secretaria Estadual de Segurança Pública), mas, até o momento, não obteve resposta.
(Foto: Gaeco/MPMT)A operação
O nome ‘Caixa de Pandora’ é uma metáfora sobre ações que, menosprezando o princípio da precaução, desencadeia consequências más, terríveis e irreversíveis, segundo a polícia.
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