Júlio vê “demagogia e interesse escuso” em importação de arroz Deputado disse que o leilão era desnecessário, pois a produção brasileira supria o mercado interno
O deputado estadual Júlio Campos (União) afirmou que o episódio envolvendo a importação de arroz, feita pelo Governo Federal e que culminou na demissão do ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller, foi "precipitada" e pode ter tido "interesses escusos".
A compra emergencial foi anunciada pelo Executivo federal para minimizar o impacto nos preços da calamidade climática enfrentada pelo Rio Grande do Sul. Das quatro empresas que venceram o leilão, a maior compradora é dona de um estabelecimento em Macapá (Amapá) que tem como atividade principal a venda de leite e laticínios.
O governo federal decidiu anular o leilão de importação de arroz feito neste mês, após indícios de falta de capacidade técnica e irregularidades das empresas vencedoras.
O governo Lula resolveu importar arroz de qualidade até não palatável para o brasileiro. Foi sem necessidade
“Por uma jogada política, demagógica ou por interesses econômicos escusos, o governo Lula resolveu importar arroz de qualidade não palatável para o gosto brasileiro. Foi feita uma concorrência precipitada, sem necessidade”, disse Júlio.
“É lamentável o ocorrido, não seria necessária a importação de milhões de toneladas de arroz para suprir o mercado interno brasileiro. Os próprios produtores gaúchos haviam dito que o estoque era suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro”, acrescentou.
Júlio disse não crer que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD) e Geller tenham envolvimento com o caso. Entretanto, pediu que haja uma investigação.
“Não acredito no envolvimento pessoal do ministro Carlos Fávaro como também do secretário Neri Geller, mas o Governo Federal agiu de pronto e investigará se houve falcatruas para fazer a correção e punição”, afirmou.
“Espero que o Governo reflita e pare com essa história de querer importar arroz com o produtor que não conhecemos de onde vem”, completou.
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