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Quinta - 18 de Julho de 2024 às 14:06
Por: Liz Bruneto/Mídia News

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Fachada destruída do Shopping Popular após incêndio; no detalhe o presidente Misael Galvão
Fachada destruída do Shopping Popular após incêndio; no detalhe o presidente Misael Galvão

Lojistas e funcionários do Shopping Popular ouvidos pelo MidiaNews afirmaram desconhecer o fato de o centro comercial não ter seguro e se disseram chocados com a situação.

Eu não sabia, não imaginava, porque o Shopping cobra mais de R$ 1,5 mil só de taxa. São 600 bancas

Na madrugada de segunda-feira (15) o prédio foi totalmente destruído por um incêndio de grandes proporções. Nesta quarta (17), o presidente da Associação dos Camelôs do Shopping Popular, Misael Galvão, admitiu que foi dele a decisão de não contratar um seguro.

O empresário Nivaldo Schatzmann Neto, que há oito anos tinha uma loja de celulares no local, classificou a falta de medidas de segurança como uma "total irresponsabilidade".

“Eu não sabia, não imaginava, porque o Shopping cobra mais de R$ 1,5 mil só de taxa. São 600 bancas, isso dá quase um milhão por mês. Foi uma irresponsabilidade”, disse.


“Fiquei surpreso, mas, na verdade, era possível imaginar pela falta de segurança. Você vai em qualquer shopping, no Estação, no Pantanal, até de madrugada tem gente lá rodando de moto. Aqui não, era só um guardinha na guarita, mais nada”.

Nivaldo afirmou que os lojistas têm cobrado respostas da Associação do Shopping Popular, que era responsável por administrar o dinheiro coletado das taxas.

“Estamos pressionando eles. Ontem na reunião prometeram uma linha de crédito. Se sair, já é uma ajuda, a gente compra material e trabalha, vende online, se vira”, afirmou.

Lucas Rocha e Anelise Oliveira trabalham com vendas e assistência técnica há cerca de seis anos e disseram também não saberem que o Shopping não tinha nenhum tipo de seguro.

“Só soubemos que não tinha seguro na segunda-feira. Ninguém sabia”, disse Lucas.

“Ficamos chocados, pelo preço que todos os lojistas pagam de taxa, e não ter nenhum respaldo?”, questionou Anelise.

Alerta

Anelise lembrou que em dezembro de 2020 a papelaria Realmat, na Avenida XV de Novembro, foi consumida também por um incêndio.

“Foi um alerta. Quando aconteceu, todo mundo ficou pensando ‘e se fosse aqui?’”, disse.

“Nos perguntamos, ‘tem seguro? não tem seguro?’. Mas jogavam a informação de um pro outro, passou um mês e todo mundo esqueceu”, completou Lucas.

Segundo os comerciantes, a associação era muito fechada e as informações não saiam de dentro dela.

“A comissão que eles tinham sempre foi mais fechada. Os lojistas não sabiam, a gente não sabia. Se tivéssemos uma comissão também dos lojistas, junto com a associação, seria um pouco diferente, todo mundo ia saber o que está acontecendo no dia a dia”, disse Lucas.

Acionar na justiça

Nivaldo afirmou ter interesse em responsabilizar a associação, a depender dos rumos da investigação.

“Se juntar bastante gente a gente entra, e se ver que realmente foi responsabilidade deles”, disse.

Para Anelise, o momento agora é de juntar os cacos e recomeçar. ”Não adianta criticar, já tá feito, não é o momento. Agora é a gente se juntar e tentar, da melhor forma, se reerguer o mais rápido possível”.





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