Com 30 membros que viviam do shopping, família perde tudo Rayanni Freire, 21 anos, recorda dos momentos da infância, quando avô a levava para o local
A jovem cuiabana Rayanni Freire, 21 anos, comoveu as redes sociais ao divulgar um vídeo contando a história de sua família, que atuava no Shopping Popular desde seu início e agora perdeu tudo com o incêndio da última segunda-feira (15).
O primeiro membro na realidade foi o meu avô, Etevaldo Alves, conhecido como Vadinho
A família de Rayanni Freire possuía dez bancas no centro comercial dedicadas a dois ramos de negócios: artigos de pesca e assistência a eletrônicos.
O incêndio que destruiu o Shopping Popular de Cuiabá atingiu mais de 2 mil pessoas - entre empresários e funcionários -, incluindo cerca de 30 membros da família de Rayanni. "A sensação é de impotência”, disse ela em um vídeo no Tik Tok que viralizou nesta semana.
Rayanni contou ao MidiaNews que na segunda-feira acordou com o telefone tocando. "Meu celular não parava de tremer. Falei: 'O que está acontecendo?'. Aí eu abri o grupo da minha família e uma parte dos meus parentes foram os primeiros a saber. Eles já estavam lá [no shoping]", relatou.
A relação da família de Rayanni com o Shopping Popular é profunda e histórica.
"O primeiro membro na realidade foi o meu avô, Etevaldo Alves, conhecido como Vadinho. Ele começou no shopping com pesca. Era a banca Vadinho Pesca", disse ela ao MidiaNews.
A tradição comercial da família foi passada de geração em geração, com todos os filhos e netos se envolvendo nos negócios. "Toda a minha família da parte de mãe, meus avós, meus tios, todos cresceram nesse ambiente de comércio. É como perder um ente querido. É a história da nossa família, de tudo que construímos. É um luto."
Os familares atingidos pelo incêndio estão recebendo ajuda de amigos e parentes e organizando campanhas de arrecadação para tentar reerguer o que foi perdido. “O que me deixa triste é que ninguém tem estoque", lamenta.
"Minha família não tem outra realidade que não seja essa. Essa é a história deles, é algo que faz parte de quem eles são."
Rayanni guarda com carinho as lembranças de seu avô e dos momentos vividos no centro comercial. "Uma das coisas que eu mais gostava de fazer com ele na infância era porque ele me buscava na escola e me levava para o shopping, me deixava ficar atendendo as pessoas".
"Acredito que vamos reconstruir o shopping no mesmo local. Ali já tem anos, é uma questão de identidade deles ali".
Rayanni e sua família estão fazendo vakinha para tentar recomeçar, para ajudar acesse aqui.
Veja o vídeo:
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