Desafio da Mesa Diretora da AL será descentralizar poder
JL Siqueira/AL-MT
Os correligionários Júlio Campos e Eduardo Botelho divergem sobre a centralização do poder e a distribuição de funções entre os membros da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Eleito 1º vice-presidente, Júlio propôs a descentralização das responsabilidades atualmente concentradas nas mãos do presidente e do 1º secretário, que, na prática, controlam o orçamento, as principais decisões administrativas da Casa, além de representar a Casa de Leis em diversos eventos.
Botelho, no entanto, que continuará na presidência da AL até o final deste ano, se opõe à proposta. Júlio Campos sugere que todos os membros da Mesa Diretora assumam funções executivas, como ocorre na Câmara dos Deputados. "É muita incumbência para apenas duas pessoas. Muitas vezes, o próprio Eduardo Botelho não pode participar de eventos fora da Assembleia porque está atolado de trabalho no gabinete", argumenta o veterano.
Ele acredita que uma distribuição mais equitativa das tarefas administrativas permitirão uma gestão mais eficiente e menos sobrecarregada.
Botelho, por outro lado, defende a continuidade do modelo atual. Isso é uma prática que sempre existiu e vai continuar existindo, afirmou Botelho, destacando que o 1º secretário detém o maior poder interno, muitas vezes tomando decisões sem que o presidente esteja ciente.
Além da proposta de descentralização, Júlio também defende que os membros da Mesa Diretora não acumulem a presidência de comissões permanentes. Com a nova composição de 10 membros na Mesa e 14 comissões técnicas na Casa, Campos argumenta que seria mais justo que os demais parlamentares tivessem a oportunidade de presidir as comissões. "Eu mesmo participo de duas comissões. Dou conta, mas é muito trabalho", destacou.
O veterano que preside a Comissão de Constituição e Justiça, considerada a principal na Assembleia, se diz disposto a abrir mão da função.
A chapa eleita para comandar a Assembleia no próximo biênio inclui, além de Júlio Campos como 1º vice-presidente, Max Russi (PSB) na presidência, Gilberto Cattani (2º vice-presidente), Wilson Santos (3º vice-presidente), Dr. João (1º secretário), Paulo Araújo (2º secretário), Diego Guimarães (3º secretário), Elizeu Nascimento (4º secretário), Fábio Tardin (5º secretário) e Juca do Guaraná (6º secretário).
Embora a proposta de Júlio Campos ainda não tenha sido formalmente discutida com os demais membros da Mesa eleita, ele já adiantou que pretende apresentar sua visão de uma gestão mais colegiada e menos concentrada.
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