Barbudo critica interferência na Câmara: “Situação insustentável” O deputado afirmou que a interferência do judiciário "tomou corpo" após a nomeação do ministro

O deputado federal Nelson Barbudo (PL) fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por fazer interferências na Câmara Federal e afirmou que a situação está ficando “insustentável” para os parlamentares da Casa.

A coisa está escapando pelos vãos dos dedos e isso não vai acabar bem. Estamos sendo cerceados

“Estamos chegando em uma situação insustentável. E quando a balança pende muito para um lado só ela capota, a água derrama. Precisamos do equilíbrio entre o Judiciário, Legislativo e Executivo para que país continue trilhando um rumo normal”, afirmou em entrevista à rádio Capital.

“Agora, do jeito que estou vendo, vai derramar e não vai demorar, porque o povo brasileiro e a sociedade política não estão aguentando mais o que está acontecendo”, completou.

O deputado ainda culpou o ministro Alexandre de Moraes pela interferência do judiciário em outros poderes e citou que alguns parlamentares estariam até mesmo com receio de apoiar e assinar o chamado "superpedido" de impeachment contra o ministro.

A Folha de S.Paulo revelou que o gabinete de Moraes solicitou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio Moraes contra bolsonaristas no inquérito das fake news durante e após as eleições de 2022.

“Foi depois da nomeação do Alexandre de Moraes que essa interferência do Judiciário no Executivo e no Legislativo parece que tomou corpo. Sou respeitador da Justiça, as decisões judiciais tem ser respeitadas, agora, a coisa está escapando pelos vãos dos dedos e isso não vai acabar bem. Estamos sendo cerceados”, disse.

"Se um ministro do STF vier a intervir no regimento da Casa, pode fechar a Câmara e pode fechar o Senado também, porque não é possível nós, que somos representantes legítimos do povo, não podermos manifestar a nossa satisfação ou insatisfação com aquele que dirige o país".