Telas na infância: 6 passos para o equilíbrio e uso consciente
Como equilibrar o contato de crianças e adolescentes com as telas? Esse é um assunto que precisa ser discutido dentro dos lares, já que o uso excessivo de televisões, computadores, celulares ou videogames pode trazer riscos à saúde e ao comportamento dos pequenos.
O Primeira Página te mostra uma cartilha com seis passos que devem ser tomados pelos pais nessas situações; confira abaixo:
Telas devem ser utilizadas por crianças e adolescentes de forrma equilibrada e consciente. (Foto: Freepik/Ilustrativa)Crianças e telas: um alerta!
Dentre os cuidados a serem tomados quando o assunto é uso de telas, já podemos começar citando a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria: crianças menores de 3 anos não devem ter nenhum contato com telas ou videogames!
Uma pesquisa da TIC Kids Online Brasil, realizada no ano passado, mostra que 95% das crianças entre 9 e 17 anos já estão conectadas – número que corresponde a 25,5 milhões de usuários da internet no país.
A pesquisa mostra, ainda, que 24% dos entrevistados afirmaram terem tido o primeiro acesso à internet até os seis anos e outros 63% até os 10 anos, ou seja, demonstrando um uso precoce de tecnologias.
Passos e regras para uso de telas
Estabelecer regras para momentos de uso de celulares, computadores ou televisões está entre os seis passos que devem ser tomados pelos pais ou responsáveis para evitar problemas relacionados ao tempo excessivo das crianças em frente às telas.
Os seis passos são explicados na cartilha elaborada pela psicóloga infantil Eliandra Corrêa; confira abaixo:
Cartilha de recomendações para uso de telas. (Foto: Reprodução)⚠️ Momentos de uso e regras
Como pode ser visto na cartilha acima, é importante que os pais criem horários específicos e regras para que os filhos usem equipamentos eletrônicos.
Um momento adequado, por exemplo, é após a realização das tarefas escolares, já que assim as atividades ou responsabilidades dos pequenos não são atrapalhadas pela distração gerada pelas telas.
⚠️ Conteúdo de qualidade
Enquanto as crianças ou adolescentes usam a tecnologia, é importante que os pais criem formas de priorizar programas educativos ou plataformas de conteúdos recomendadas por especialistas, que possam contribuir com a educação dos pequenos.
⚠️Monitoramento e supervisão
Indo de encontro com o tópico acima, é válido estimular a criança a conversar com os adultos sobre o que ela vê na internet, possibilitando o pensamento crítico, por exemplo.
Outro ponto de extrema importância, é verificar regularmente quais os tipos de conteúdos aos quais a criança ou adolescente está tendo acesso por meio da internet. Para isso, ferramentas de controle parental podem ser utilizadas se necessário.
⚠️Atividades alternativas
O tempo que os pequenos passam fora das telas é o ponto principal de um crescimento saudável. Por isso, criar atividades alternativas para evitar que os filhos passem tempo demais em frente aos eletrônicos é outro ponto abordado na cartilha.
Leituras de livros, brincadeiras ao livre, interações reais sem telas com os adultos e atividades físicas regulares fazem parte desse processo.
⚠️Idade adequada
Ainda entre as recomendações da psicóloga para o uso de telas, está a idade das crianças. Já citamos acima a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria de que crianças abaixo de 3 anos não usem telas.
Já para crianças de 3 a 5 anos, a recomendação é que o uso de eletrônicos seja limitado de 30 minutos a uma hora por dia, priorizando conteúdos educativos.
A partir dos 6 anos, o tempo de uso pode ser maior, mas, deve haver limites de horários e do tipo de conteúdo acessado pela criança.
Outra recomendação da Sociedade é que as redes sociais sejam utilizadas somente por adolescentes a partir de 11 anos e que o tempo de uso de telas nessa idade seja restrito a até três horas diárias.
Uso de eletrônicos e internet não é recomendado para menores de 3 anos. (Foto: Freepik/Ilustrativa)Quais os riscos?
O Grupo de Trabalho de Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatra atualizou, neste ano, o guia de recomendações para uso de telas por crianças e adolescentes.
Conforme o documento, dentre os riscos do excesso de tempo utilizando os eletrônicos, estão:
- Dependência digital e uso problemático das mídias interativas;
- problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão;
- transtornos do déficit de atenção e hiperatividade;
- transtornos do sono;
- isolamento, no quarto ou em casa, por períodos longos;
- transtornos de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia;
- sedentarismo e falta da prática de exercícios;
- bullying & cyberbullying;
- transtornos da imagem corporal e da autoestima;
- riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual, estupro virtual;
- comportamentos auto-lesivos, indução e riscos de suicídio;
- aumento da violência, abusos e fatalidades;
- problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador;
- problemas auditivos e perda auditiva induzida pelo ruído;
- transtornos posturais, lesões de esforço repetitivo (LER) e músculo-esqueléticos;
- uso de nicotina, bebidas alcoólicas, anabolizantes e outras drogas.
De modo geral, pais ou responsáveis devem incentivar nas crianças e adolescentes o uso consciente dos eletrônicos e da internet, já que são ferramentas que podem auxiliar no desenvolvimento, aprendizado e entretenimento – quando utilizadas da forma correta.
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