Mapa incentiva a plantação de espécies exóticas para oferecer opções rentáveis aos produtores
Espécies exóticas são contempladas pelo Programa ABC
O Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) oferece linhas de crédito para produtores que adotem práticas sustentáveis específicas no campo. Uma delas, a integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), prioriza a plantação das espécies arbóreas de pinus e eucaliptos, mas permite a autorização de outras perenes exóticas, como a acácia-negra.
Além da preocupação ambiental, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) incentiva a plantação de espécies exóticas para oferecer opções rentáveis aos produtores. “Queremos mostrar aos agricultores que há opções rentáveis para as diversas regiões do País. Especialmente quanto à prática de iLPF, incentivamos a plantação de espécies que permitem consorciação com pecuária por não terem um sombreamento 100%, permitindo a passagem de luz. Há espécies de acácias que se desenvolvem formando um sub-bosque, propiciando ao gado se alimentar e mantê-lo na região de floresta”, explica o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Erikson Chandoha.
A acácia-negra se adapta bem às condições climáticas na Região Sul do Brasil e possui bom valor comercial. Por ser leguminosa, tem a capacidade de fixar nitrogênio no solo. De sua casca é extraído o tanino, muito utilizado pelos curtumes na industrialização do couro. Conhecido como Tanino de Acácia, é o principal produto utilizado para curtimento dos chamados couros vegetais.
O Mapa tem incentivado a criação de grupos gestores estaduais para fomentar a capacitação de multiplicadores e técnicos quanto à elaboração de projetos. O Programa ABC é uma dos principais incentivadores neste sentido. Entre julho de 2011 e maio deste ano, o programa já destinou R$ 1,12 bilhão para o financiamento de atividades agropecuárias que diminuam a emissão de gases de efeito estufa. O objetivo é diminuir entre 125 e 133 milhões de toneladas de CO2 equivalentes até 2020.
Outras práticas financiadas pelo Programa ABC incluem as de fixação de nitrogênio no solo, plantio direto na palha, recuperação de áreas degradadas, plantio de florestas comerciais e tratamento de resíduos animais. Os produtores interessados em adotar alguma dessas práticas deve procurar sua agência bancária para obter informações quanto à aptidão ao crédito, documentação necessária para o encaminhamento da proposta e garantias.
Para a safra 2012/2013, o programa terá R$ 3,4 bilhões disponíveis em linhas de crédito. A taxa de juros para o período diminui em relação à safra anterior, de 5,5% para 5% ao ano, a menor fixada para o crédito rural destinado à agricultura empresarial.
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