Poupar é sinônimo de segurança e contribui para um futuro financeiro sustentável
“Eu vou gastar porque mereço!”, “Trabalho tanto para poder gastar”, “Para que poupar? Dinheiro não traz felicidade”, “Quando sobrar começo a guardar”. Resultado de uma construção social recheada de tabus em relação ao dinheiro, essas frases clássicas são frequentemente utilizadas como desculpas por aqueles que ainda resistem em ter uma reserva financeira. Para desmistificar o relacionamento com o dinheiro e promover o desenvolvimento de hábitos financeiros sustentáveis, no Dia Mundial da Poupança, comemorado em 31 de outubro, consultores do Sicredi respondem questionamentos frequentes sobre esse produto financeiro e dão dicas sobre como começar a construir essa reserva.
Apesar de não ser considerada um hábito dos brasileiros, a poupança é referência no quesito ‘investimento’ pessoal no país. De acordo com a 7ª Edição do Raio X do Investidor Brasileiro, publicada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a caderneta de poupança é o produto mais usado, com 25% de adesão, e o mais citado espontaneamente pela população, com índice de 22%. Ainda, segundo dados do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o Brasil possui mais de 26,5 mil contas poupança com mais de R$ 1 milhão depositado, enquanto 65,6% das contas abertas possuem até R$ 100 guardados. Quando se fala em saldo em carteira, a caderneta de poupança brasileira fechou setembro em R$ 966 bilhões. No Sicredi, o valor acumulado chegou a R$ 32,3 bilhões no mesmo período.
Por sua liquidez, ou seja, o resgate do recurso aplicado ocorre no mesmo momento em que feita a solicitação, a poupança é peça-chave para a sustentabilidade da vida financeira, pois funciona como uma reserva de emergência, amparando imprevistos e incidentes orçamentários. Entendendo sua importância para a construção de uma relação saudável com o dinheiro, muitas pessoas desejam poupar, mas não sabem como começar. O consultor de Sustentabilidade e Cooperativismo do Sicredi, Eber Ostemberg, orienta sobre como dar os primeiros passos.
“A primeira ação é entender como está a vida financeira. Para isso é necessário listar as despesas e receitas e fazer uma conta simples: receitas menos despesas. O ideal é que o resultado seja positivo, ou seja, que sobre dinheiro. A partir daí, deve-se definir um valor para ser guardado mensalmente, mesmo que no início esse valor seja considerado “pequeno”, pois nesse primeiro momento o objetivo é desenvolver o hábito de poupar”, explica Ostemberg.
Para facilitar o desenvolvimento dessa rotina e para que ela seja aplicável no orçamento mensal, o consultor levanta dois pontos: 1) Ao estipular um valor inicial é preciso ter a certeza de que será confortável para o bolso, ou seja, que não pesará no gerenciamento das finanças, já que a quantia deve ser aplicada mensalmente. Porém, esse valor deve ser aumentado com o tempo, chegando a 10% ou 15% do orçamento pessoal; 2) É importante que o montante poupado tenha um objetivo final, pois dessa forma há um engajamento, comprometimento maior para a concretização da reserva econômica.
“Vale ressaltar que os sonhos são individuais e particulares de cada pessoa, ou seja, não existe um objetivo ideal. Essa é uma questão muito trabalhada na metodologia do Cooperação na Ponta do Lápis, o programa de educação financeira do Sicredi, disponibilizado de forma gratuita e que pode ser acessado por toda a comunidade”, pontua o consultor. Ele acrescenta que os objetivos podem ser divididos de três formas: curto, médio e longo prazo. “Objetivos de curto prazo podem ir de 1 a 5 anos, por exemplo, a troca do computador ou uma viagem com a família. Já os de médio prazo são os de 5 a 10 anos e tem valor maior, como a compra de um carro ou a reforma da casa. Já os de longo prazo são os que podem levar mais de 10 anos, como a construção da aposentadoria, o pagamento de um curso superior, ou até mesmo o planejamento de um período sabático”, discorre.
E por que a poupança é o produto indicado para essa finalidade? A consultora de Negócios do Sicredi, Djully Mantoani, explica que essa modalidade é ideal para aqueles que estão começando a guardar dinheiro e que precisam retirar valores a qualquer momento. “A poupança é um produto muito democrático e acessível. O associado pode começar a poupar a partir da aplicação de R$ 1 e ainda conta com isenção de taxas e custos, tem rentabilidade garantida e baixíssimo risco”. Ela esclarece ainda que o rendimento ocorre de maneira mensal, alinhado com o aniversário da poupança, isto é, o dia do mês em que foi feita a primeira aplicação.
Como sinalizado por Djully, a poupança é democrática, uma modalidade de investimento que pode ser adotada por qualquer pessoa, inclusive menores de idade – que devem contar com um representante legal da conta. Segundo Ostemberg, essa é uma oportunidade de construir junto aos pequenos o hábito de poupar. “Se presarmos pelo desenvolvimento de hábitos financeiros saudáveis desde a infância, assim como fazemos com a alimentação das nossas crianças, provavelmente serão adultos com uma vida mais próspera, com mais segurança financeira e com mais realizações”, reflete o consultor do Sicredi. Ele finaliza dizendo “Poupar é um hábito e pode ser difícil começar, mas os frutos colhidos são gratificantes”.
No Sicredi, economizar rende para todos: ao ser associado e investir na poupança, as pessoas apoiam o desenvolvimento da comunidade local, além de participar dos resultados da cooperativa. Vale destacar que os recursos depositados na poupança são usados para concessão de crédito (rural e imobiliário) aos associados da mesma região, ou seja, ficam na localidade, o que promove o chamado círculo virtuoso. Para saber mais é só acessar: https://www.sicredi.com.br/site/investimentos/poupanca/.
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