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Saúde
Quarta - 06 de Novembro de 2024 às 10:26
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Aa febre oropouche é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito “Culicoides paraenses”, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora
Aa febre oropouche é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito “Culicoides paraenses”, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora

A febre oropouche é uma arbovirose que tem ganhado atenção crescente em todo país.

Embora surtos da doença tenham sido registrados na última década, principalmente, na região amazônica, a doença tem se espalhado para outras unidades da Federação.

Em Mato Grosso, neste ano, já são 23 casos confirmados da febre, e uma morte é investigada pela Secretaria de Estado de Saúde.

No ano passado, não houve registro da enfermidade no Estado.

Em nível nacional, para se ter uma ideia do potencial risco de transmissão, já são mais de 8,2 mil confirmações agora 2024 contra 831 diagnósticos reportados em 2023.

“Neste momento, a Secretaria de Saúde atua no assessoramento dos municípios para a realização do enfrentamento adequado à doença no Estado”, informou o órgão estadual de Saúde, por meio de nota.

Além de Mato Grosso, há outros seis óbitos relacionados à febre identificados na Bahia (2); Paraná (local provável de infeção em Santa Catarina); Espírito Santo; Alagoas; e no Acre.

Conforme boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, neste ano, a região amazônica, considerada endêmica para a doença, concentra 69,7% dos casos registrados no país.

A doença, no entanto, está presente em 23 estados brasileiros.

Também casos de transmissão vertical (da mãe para o bebê, durante a gestação), incluindo mortes fetais e anomalias congênitas, têm chamado a atenção das autoridades públicas ligadas à área da Saúde e Vigilância Epidemiológica.

E, em meio a expansão para novas áreas e relatos de morte no país, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço regional da Organização Mundial de Saúde (OMS), emitiu alerta epidemiológico sobre a doença no país.

No Estado, a Secretaria de Saúde informou que atua para fortalecer as vigilâncias epidemiológica e laboratorial, bem como incentiva a implementação de medidas de controle de vetores.

“Por meio da Vigilância Epidemiológica, Vigilância em Saúde Ambiental, Atenção à Saúde e do Laboratório Central do Estado (Lacen-MT), a SES trabalha no fortalecimento das medidas de prevenção, controle vetorial, análise laboratorial e manejo adequado de pacientes”, afiançou.

Conforme alerta da Opas, a doença era historicamente concentrada na região amazônica, mas que “fatores como mudanças climáticas, desmatamento e urbanização não planejada têm favorecido sua extensão em estados não-amazônicos do Brasil e para países onde até agora não havia notificações de casos, como Bolívia e Cuba”.

Além do crescimento da enfermidade pelos motivos citados pela Opas, as autoridades apontam que o aumento nos números oficiais também está atrelado a uma nova estratégia neste ano de enviar testes diagnósticos para todos os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) do país, “que passaram a testar para oropouche os casos negativos para dengue, zika e chikungunya”.

O QUE É - A febre oropouche é uma infecção causada pelo vírus orthobunyavirus oropoucheense (Orov), que se manifesta de forma semelhante a dengue.

É transmitida principalmente pelo mosquito culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.

Entre os sintomas, estão febre de início repentino, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, além de tontura, dor na parte posterior dos olhos, calafrios, náuseas, vômitos.

A maioria das pessoas afetadas se recupera sem sequelas, mas podem ocorrer casos graves com meningite asséptica.

Ainda não há vacinas ou tratamentos antivirais específicos para a febre oropouche.

Por isso, o manejo da doença é sintomático, centrado no alívio da dor e na reidratação do paciente enquanto o próprio sistema imunológico combate a infecção.

Já a prevenção é feita a partir da proteção contra os mosquitos transmissores, como uso de repelentes, roupas que cobrem pernas e braços e mosquiteiros de malha fina, especialmente diante de surtos e por grupos vulneráveis, como gestantes.





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