Mauro defende boicote ao Atacadão após restrição à compra de carne brasileira
Após o Grupo Carrefour, que é dono dos supermercados Atacadão, aplicar uma restrição ao Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, de não mais comercializar carnes destes países, o governador Mauro Mendes veio a público defender o boicote à empresa. Ele pede que os brasileiros deem o “mesmo tratamento que eles estão dando ao nosso país”.
A decisão do Grupo Carrefour já havia sido criticada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD). A restrição seria em resposta ao protesto de produtores franceses contra um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul que pretende facilitar o comércio entre os países membros dos dois blocos. Na prática, o acordo prevê a redução de tarifas de importação e exportação entre eles, o que significa que produtos como alimentos, matérias-primas e bens industriais poderiam ser vendidos com mais facilidade e menores custos.
Mauro disse que tomou conhecimento sobre os fatos através da imprensa e avaliou que este movimento dos produtores franceses é similar ao dos que fazerem imposições ao Brasil com relação ao meio ambiente. Para o governador isso só mostra que a preocupação deles é com a própria economia e não com o planeta.
“Como esse produtores franceses não conseguem competir com o agronegócio brasileiro, eles ficam criando esses artifícios e o Carrefour e o Atacadão embarcaram nessa onda, e aí meus amigos, fica mais uma vez claro que essa história do senhor Macron e de muitos ambientalistas que se dizem defensores do meio ambiente, isso é muita conversa fiada, porque no fundo mesmo eles querem usar muitas vezes o meio ambiente para criar barreiras contra o agronegócio do nosso país, do Brasil e de alguns outros países aqui da América do Sul”.
Mendes disse que o Carrefour tem todo o direito de comprar produtos de onde quiser para mandar para a França, mas que os brasileiros também têm o mesmo direito.
“Não é justo alguém nos tratar dessa forma e a gente não dar a eles aquilo que é muito conhecido, inclusive internacionalmente, que é a chamada lei da reciprocidade, do jeito que você me trata eu posso também te tratar. Então se o Brasil não serve para vender carne pra eles, então eles não servem pra vender produtos franceses e, até porque não dizer, essa empresa não deveria ser bem vista aqui no nosso país”.
Diante da polêmica, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) enquanto entidade já rechaçou a decisão. A pasta ainda reiterou que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor. Como resposta, o governador Mauro Mendes defendeu o boicote às empresas do grupo.
“A partir de agora quero dizer a esse diretor geral do Carrefour, do Atacadão, que eu como cidadão não vou mais comprar nas lojas deles e eu acho que quem é do agronegócio brasileiro, tendo esse tipo de tratamento dessa empresa, poderia pensar em fazer a mesma coisa, e acho que todos nós brasileiros, para honrar o nosso país, devíamos pensar em dar a este Carrefour e Atacadão o mesmo tratamento que eles estão dando ao nosso país, pense nisso”.
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