Seis meses após assassinato de advogado, família cobra respostas
Neste dia 06 de janeiro, completa-se 6 meses da morte do advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Renato Gomes Nery, assassinado na frente de seu escritório. Este também é o tempo que a família continua sem respostas das autoridades policiais e judiciais.
Uma câmera de segurança flagrou o momento em que Renato foi baleado, nas primeiras horas da manhã do dia 05 de junho. Após estacionar o veículo, o advogado desembarcou, se dirigiu à entrada do escritório e foi surpreendido por disparos, sendo um na cabeça. O autor do crime não apareceu nas imagens.
Nery foi socorrido, encaminhado para um hospital e prontamente atendido, mas não sobreviveu e foi a óbito no dia seguinte, 06, aos 72 anos.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que afirmou que segue apurando todas as hipóteses.
Suspeitas
Uma das linhas de investigação é que Renato teria sido morto em decorrência de uma disputa de terra. Isso porque, 10 dias antes do assassinato, o advogado representou na OAB/MT uma acusação contra Antônio João de Carvalho, por supostamente comandar um escritório do crime voltado à venda de sentenças. O documento não ganhou atenção da diretoria da autarquia e só voltou à tona após o atentado, quando o documento foi entregue ao delegado responsável pelas investigações.
Nery pedia a abertura de um processo disciplinar contra Antônio João, e o acusou de se apropriar e negociar uma área que ele havia recebido como honorários de ações de reintegração de posse, na qual atuou por mais de 30 anos.
Outro fato que liga essa disputa de terra com o assassinato foi o bloqueio judicial de cerca de R$ 3,5 milhões em arrendamentos das referidas propriedades algumas semanas antes do crime. Essa decisão, tomada pela desembargadora Maria Helena Póvoas, bloquearia o pagamento do arrendamento. O bloqueio desencadeou uma escalada de tensões. Renato teria sido alertado de que enfrentava ameaças crescentes.
No final de novembro do último ano, a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá deflagrou a Operação Office Crime, para cumprir 5 mandados de busca e apreensão como parte da investigação sobre o homicídio do advogado. Os alvos foram os advogados Antônio João de Carvalho Junior, Agnaldo Bezerra Bonfim e Gaylussac Dantas de Araújo, do escritório JB Advocacia, em Cuiabá; e o casal de empresários de Primavera do Leste, Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bentos.
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