Mulheres são as mais afetadas pela dengue e chikungunya em MT Neste ano, 55,84% dos casos prováveis de dengue e 63,75% dos registros de chikungunya foram identificados em mulheres, respectivamente, conforme plataforma de monitoramento em tempo real da Secretaria de Estado de Saúde
As mulheres são o grupo populacional com maior registro de casos prováveis de dengue e chikungunya no começo deste ano, em Mato Grosso. É o que aponta o “Painel Arboviroses”, uma plataforma de monitoramento em tempo real das infecções virais transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti disponibilizada, ontem (4), pela Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT).
De acordo com o painel, dos 7.110 casos prováveis de dengue registrados até o momento, 3.970 (55,84%) foram identificados em pessoas do sexo feminino, sendo a faixa dos 20 a 24 anos a mais acometida pela infecção, com 360 casos, seguida dos 25 a 29 anos (338) e dos 30 aos 34 anos (337). Entre os homens, são 3.135 (44.09%) casos. As demais notificações seguem em investigação.
Já a chikungunya contabiliza com 4.705 casos prováveis, sendo 2.999 (63,75%) envolvendo mulheres e 1.704 (36,22%) homens. Neste caso, boa parte dos infectados pelo vírus está acima dos 40 anos. Para se ter uma ideia, entre os 40 a 44 anos, são 289 casos; dos 50 a 54 anos, são 312 registros e, dos 65 anos ou mais, 430.
Os dados mostram que há 15 mortes registradas em decorrência das duas arboviroses, sendo cinco confirmadas e as demais seguem em investigação, durante as primeiras semanas de 2025. O painel traz também os números referentes à zika, que contabiliza 51 notificações, sem vítimas fatais.
“O painel é uma ferramenta importante para acompanharmos os casos dessas doenças e, até mesmo, para conscientizar a população sobre a importância de se tomar atitudes que colaborem para diminuir os casos, como a limpeza dos quintais e de locais onde possam ter água acumulada”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Alessandra Moraes.
De acordo com o Ministério da Saúde, com apenas 10 minutos por dia, é possível ter atitudes simples, mas eficazes contra as infecções virais transmitidas pelo Aedes Aegypti, como verificar locais com acúmulo de água, tampar caixas d'água, esvaziar recipientes, descartar corretamente o lixo, limpar as calhas, não acumular sucata e entulho, além de manter pneus em locais cobertos. Também é recomendável o uso de repelentes.
A Ses-MT citou ainda as diferenças entre a dengue, chikungunya e zika. Segundo o órgão, a primeira enfermidade é caracterizada por febre alta, dores musculares e articulares, além de outros sintomas que variam em gravidade. Já a segunda provoca febre e dores articulares intensas, muitas vezes persistindo por longos períodos, com sintomas que apresentam risco de se tornarem crônicos e, a última, está associada a complicações neurológicas e é especialmente preocupante em gestantes devido ao risco de malformações em seus bebês.
NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA - O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) recomendará que os 142 municípios notifiquem a Ses-MT sobre casos de dengue, zika e chikungunya. A medida foi anunciada no dia 31 de janeiro passado pelo presidente da Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social (Copspas), conselheiro Guilherme Antonio Maluf, em reunião com o titular do órgão estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo.
Atualmente, a notificação já é obrigatória. No entanto, conforme informações há municípios classificados como “silenciosos” e a subnotificação impede que os órgãos de saúde tenham um retrato real da epidemia e planejem adequadamente campanhas de conscientização e a aplicação de inseticidas, por exemplo. “Têm prefeituras que não estão colaborando. Então, vamos fazer esse alerta e cobrar que eles notifiquem o estado, para que se possa ter esse retrato”, disse Maluf na ocasião.
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