'Crime se organiza quando o Estado falha', alerta Pivetta
O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), apontou a desorganização do Estado como fator determinante para o fortalecimento do crime organizado. A declaração foi dada ao comentar um relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais, que alertou para um possível acordo de cooperação entre as facções rivais Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).
“Presto atenção também nesse drama que nós estamos vivendo, que é o Estado oficial e o Estado paralelo se estabelecendo. Isso acontece num país onde a promiscuidade, a falta de autoridade do Estado permite, né? O crime só se organiza quando o Estado se desorganiza”, afirmou Pivetta, durante um evento com prefeitos organizado pela Associação Mato-Grossense dos Municípios(AMM), em Cuiabá.
O documento citado pelo vice-governador detalha possíveis ações coordenadas para flexibilizar o tratamento dado a presos perigosos dentro do sistema penitenciário nacional, o que pode representar um risco para a segurança pública.
O gestor citou que o governo estadual vem adotando uma série de medidas para endurecer o controle sobre o sistema penitenciário e evitar que as organizações criminosas ampliem seu poder de articulação dentro das cadeias.
“No Mato Grosso, nós criamos agora uma estrutura para combater definitivamente as organizações que estão aí, tá? E nós estamos apertando, nós estamos fazendo o que precisa ser feito. Erramos no passado, falhamos um pouco e é normal os governos falharem, mas nós estamos corrigindo as falhas e combatendo com a nova estrutura que foi estabelecida as organizações criminosas”, afirmou o vice-governador.
Restrição a 'mercadinhos' em presídios
Outro ponto abordado por Pivetta foi a decisão judicial que contraria o entendimento do governo estadual sobre a extinção dos chamados “mercadinhos” dentro das unidades prisionais. Para o gestor, o Estado não flexibilizar condições para criminosos.
“Eu sou contra. Eu acho que bandido tem que ficar na cadeia com restrições, sim, é, para poder cumprir a pena e pagar o que deve para a sociedade. Eu acho que nós temos que nos preocupar mais com os trabalhadores que estão desamparados, que precisam dos nossos serviços públicos do que com os bandidos que têm bons presentes no Mato Grosso”, criticou.
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