MT tem mais de 54 mil adolescentes não vacinados contra HPV No Estado, Rondonópolis, Várzea Grande e Cuiabá estão entre as cidades prioritárias no resgate de adolescentes não vacinados

Municípios de Mato Grosso fazem parte de uma estratégia nacional promovida pelo Ministério da Saúde (MS), com o objetivo de vacinar adolescentes de 15 a 19 anos que ainda não foram imunizados contra o HPV (papilomavírus humano).

Conforme o MS, 20% do público-alvo, o correspondente a 270,8 mil meninos e meninas, ainda não foram vacinados no Estado.

A ação visa a corrigir o acúmulo de não vacinados desde 2014, quando a vacina foi introduzida no Brasil, e proteger uma faixa etária altamente vulnerável a doenças relacionadas ao HPV, como o câncer de colo do útero.

A meta é imunizar 90% da população alvo não vacinada contra HPV.

Em Mato Grosso, três municípios estão entre os considerados prioritários no resgate de adolescentes não vacinados, com cerca de 53,4 mil ainda sem a proteção contra o HPV, sendo a maioria do sexo masculino (33.149). Deste total, 25.793 residentes em Cuiabá; 15.768, em Várzea Grande; e 11.903, em Rondonópolis.

No país, o foco abrange 121 municípios brasileiros com as maiores taxas de não vacinação, que somam um total de 2,95 milhões de adolescentes em todo o Brasil.

Conforme dados do MS, os cinco estados com os maiores índices de adolescentes não vacinados contra o HPV são o Rio de Janeiro (54%), Acre (40%), Distrito Federal (38%), Roraima (36%) e Amapá (32%).

Para atingir a meta, estão previstas ações de microplanejamento que envolvem a mobilização de estados e municípios para vacinar adolescentes em pontos estratégicos, como escolas, faculdades e salas de vacinação.

No entanto, os municípios deverão elaborar seus próprios planos de ação, com base nos dados locais, para garantir que a vacina chegue até os adolescentes que perderam a oportunidade de serem imunizados anteriormente, assim como a ação de resgate dos não vacinados deverá ser previamente definida pela gestão, com data de início e término, e duração de até três meses.

Diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti reforçou a importância dessas ações direcionadas e da utilização de dados locais para alcançar os adolescentes não vacinados.

"Temos vacinas suficientes e um planejamento sólido para garantir a vacinação dos nossos adolescentes, incluindo aqueles que não foram vacinados na idade recomendada e que agora estão fora dessa faixa", observa.

A DOENÇA - O HPV é responsável pela infecção sexualmente transmissível mais frequente no mundo.

Está associado ao desenvolvimento da quase totalidade dos cânceres de colo de útero, bem como a diversos outros tumores em homens e mulheres.

Além disso, provoca verrugas anogenitais (região genital e no ânus), a depender do tipo de vírus.

De acordo com as autoridades públicas, a vacina é a medida mais eficaz de prevenção contra o HPV.

Ela estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos contra a doença, o que evita a infecção pelos quatro tipos mais prevalentes do vírus.

A ampla cobertura vacinal ajuda a combater a infecção e diminuir a incidência de câncer.