Saúde alerta para síndromes respiratórias de alto risco no Estado A volta às aulas é um dos motivos do aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças e adolescentes até 14 anos

Mato Grosso está entre as nove unidades da Federação com incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em níveis de alerta, risco ou alto risco em crianças e adolescentes até 14 anos.

A informação faz parte do InfoGripe, boletim divulgado na sexta-feira (7) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com dados referentes ao período de 23 de fevereiro até 1º de março.

Conforme a Fiocruz, no Estado a classificação é de alerta para SRAG, uma complicação marcada por grande dificuldade para respirar, sensação de peso no peito e queda no nível de saturação, entre outros sintomas.

O tratamento precisa de hospitalização. O mesmo cenário é verificado em Cuiabá.

As demais unidades são Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Pará, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.

Entre elas, sete também sinalizam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Distrito Federal, Goiás, Pará, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.

De acordo com a pesquisadora do InfoGripe, Tatiana Portella, a volta às aulas é um dos motivos desse aumento, nas duas últimas semanas.

“É um padrão que a gente vem observado nos últimos anos. Nas escolas, geralmente, as crianças acabam tendo maior contato umas com as outras e ficam mais tempo em ambientes fechados, o que favorece a transmissão desses vírus respiratórios”, explica.

A análise dos registros aponta que, em crianças até 2 anos, os casos estão associados ao vírus sincicial respiratório (VSR).

Na faixa etária de 2 a 14 anos, os casos são causados pelo rinovírus.

Conforme a Fiocruz, o VSR acomete com muita frequência os primeiros meses de vida dos bebês e leva a casos como bronquiolite, doença que começa com febre, tosse, igual a outras doenças respiratórias, mas que progride para um quadro de cansaço e insuficiência respiratória.

Em 2025, o país soma 16 mil casos de SRAG, sendo 34,3% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório.

Em relação às mortes, foram 1.338 registros por SRAG em 2025, sendo 636 (47,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório.

Em 81% dos casos, o vírus causador foi o Sars-CoV-2 (coronavírus), que causa a covid-19.

A recomendação, especialmente neste momento pós-Carnaval, para as pessoas que apresentem sintomas de gripe e resfriado, é para que fiquem em casa em isolamento.

Se precisar sair, a orientação é usar uma máscara.

Também é reforçado que todos mantenham o esquema vacinal completo contra a Covid-19.

O imunizante está disponível gratuitamente nas unidades de saúde e pode ser aplicado em crianças a partir de 6 meses de vida.