Intensificação da colheita pressiona valor dos fretes rodoviários Outro fator que contribuiu para a alta dos fretes é a necessidade de liberar espaço para a safra de milho prevista para 2025

A grande procura por fretes continua impactando a movimentação de produtos agropecuários no país, conforme aponta o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O aumento da demanda por transporte, aliado a menor oferta de prestadores de serviço e o impacto do reajuste do diesel, impulsionaram as cotações em estados como Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí e São Paulo.
Em Mato Grosso, a intensificação da colheita e os custos resultaram em um aumento dos preços no final de fevereiro.
O avanço da colheita da soja e a demanda elevada por transporte resultaram na valorização generalizada das cotações no Estado.
O crescimento dos preços foi observado inicialmente na região médio-norte, onde a colheita começou mais cedo, e se estendeu para todo o estado ao longo do mês.
Segundo a Conab, a alta do frete foi impulsionada por fatores como a safra recorde de soja, estimada em mais de 46 milhões de toneladas, e a concentração das operações de colheita em um curto período.
Outro fator que contribuiu para a alta dos fretes foi a necessidade de liberar espaço para a safra de milho prevista para 2025.
"O milho tem apresentado preços favoráveis, o que reforça a urgência em escoar a soja para abrir espaço para a próxima colheita", destacou o boletim.
Já no Piauí os valores subiram, puxados pelo início antecipado da colheita da soja, chegando a 39% na média.
No Maranhão, os embarques de soja pelo sistema multimodal da VLI elevaram os fretes em 26,8% na rota de Balsas ao Terminal Portuário de São Luís.
Na Bahia, enquanto algumas praças registraram aumentos devido à maior demanda, em Irecê houve redução, reflexo da ampliação da oferta de prestadores de serviço.
Em São Paulo, os valores subiram levemente, e seguem nos maiores patamares históricos recentes, devido à concorrência por caminhões com outras regiões produtoras.
No Paraná, a valorização da soja impactou diretamente os fretes, com aumentos de 20% em Campo Mourão, 19,35% em Cascavel e 11,94% em Ponta Grossa.
No Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul, os fretes também apresentaram aumentos expressivos em fevereiro, impulsionados pela maior demanda, pela alta do preço do diesel e pela revisão da tabela de fretes.
Em Goiás, a dificuldade em encontrar caminhões e a alta demanda por transporte, especialmente para os portos de Santos e Paranaguá, refletiram nos preços.
Já no Distrito Federal, os aumentos foram de 12% a 15%, com destaque para as rotas de Araguari (MG), Santos (SP) e Imbituba (SC).
Em Mato Grosso do Sul, a alta nos fretes foi impulsionada pela colheita das culturas de verão e pela elevação do ICMS, resultando em custos elevados para o escoamento da safra.
PORTOS E EXPORTAÇÃO – De acordo com o Boletim, a exportação de milho em fevereiro foi menor que no mesmo período de 2024, enquanto os embarques de soja mais que dobraram em relação ao ano passado.
O Porto de Santos, o Arco Norte e Paranaguá foram os principais pontos de escoamento dessas commodities. A demanda aquecida por transporte e os desafios no escoamento seguem elevando os custos logísticos.
A importação de fertilizantes também cresceu nos primeiros meses de 2025, acompanhando a preparação para o plantio da segunda safra de milho e de cereais de inverno.
Os portos do Arco Norte ampliaram sua participação, enquanto Paranaguá e Santos mantiveram volumes semelhantes ao ano anterior.
No caso do farelo de soja, as projeções de exportação têm impulsionado o esmagamento da oleaginosa, em um cenário de competição com Estados Unidos e Argentina.
No acumulado de janeiro e fevereiro, os volumes exportados permaneceram próximos ao do ano passado, com Santos, Paranaguá e Rio Grande liderando a movimentação.
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