Lúdio alerta que prefeitura não tem condições de gerir Santa Casa
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) se posicionou contra a possibilidade de o município de Cuiabá voltar a administrar o Hospital Estadual Santa Casa, como ocorria até 2020, antes da gestão passar para o Estado. Segundo o parlamentar, a prefeitura já enfrenta uma sobrecarga na área da saúde, e reassumir a unidade pode agravar ainda mais a crise no setor.
Em entrevista ao Gazeta Digital, Lúdio Cabral destacou a importância da manutenção da Santa Casa, ressaltando que o hospital contribui significativamente com a saúde da capital, especialmente no atendimento infantil. No entanto, ele alertou que repassar a gestão da unidade para o município pode gerar problemas a longo prazo, como ocorreu com a antiga administradora, que acumulou diversas dívidas trabalhistas.
Para o deputado, o caminho natural é que Cuiabá fortaleça suas unidades básicas e de pronto atendimento ao invés de tentar tocar o hospital.
“O município tem que cuidar dos muitos problemas que o município tem. Em minha opinião não [tem condições de administrar]. O sistema de saúde em Cuiabá tem muitos problemas. A Santa Casa, hoje, inclusive, supre parte dessa demanda. Na minha opinião, o município precisa se concentrar em dar qualidade ao atendimento nas UPAs. Então, não tem sentido o município assumir a gestão da Santa Casa”, disse o deputado.
A municipalização do hospital passou a ser debatido após o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL) anunciar que tinha interesse em administrar o hospital com a saída do Estado. No entanto, além de custear equipamentos, o município precisaria quitar dívidas trabalhistas e comprar o prédio, construído em 1814.
Lúdio, por sua vez, defendeu que, caso a Prefeitura de Cuiabá fique de fora do debate sobre a administração, o Hospital Santa Casa passe a ser gerenciado pelo Consórcio Intermunicipal do Vale do Rio Cuiabá. A proposta visa regionalizar a unidade, permitindo a participação de outros municípios e a captação de recursos em parceria com o governo do Estado.
“O hospital tem que continuar sendo custeado com recursos do Estado, mesmo que a gestão seja transferida. Por exemplo, para o consórcio da Baixada Cuiabana, que é o que eu estou defendendo. O município tem uma unidade, que é o antigo hospital e pronto-socorro municipal, onde uma ala nova está sendo construída com recursos de decisão judicial, com participação do ministério para atendimento em pediatria”, finaliza.
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