Lula lança programa e entrega máquinas agrícolas em MT Recuperação de solos degradados, aumento da produtividade e competitividade da agricultura familiar são objetivos desta nova ação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa do lançamento do Programa Solo Vivo e da entrega de máquinas agrícolas no Assentamento Santo Antonio da Fartura, em Campo Verde (140 km a Leste de Cuiabá).
O evento será realizado neste sábado (24) às 10h (horário de MT), com a presença dos ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; e dos Transportes, Renan Filho.
Também é prevista a entrega de títulos de terra pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Idealizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o programa Solo Vivo visa a recuperação de solo degradado para aumentar a produtividade e competividade dos agricultores familiares.
O objetivo é reduzir as desigualdades na produção rural.
O programa conta com a parceria do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Mato Grosso (Fetagri/MT).
O IFMT realiza a análise do solo nos locais selecionados pela Fetagri e, a partir do laudo, o MAPA fornece equipamentos, máquinas e insumos necessários para a preparação do solo.
Piloto do programa, Mato Grosso terá 10 assentamentos beneficiados, inicialmente. Além de Campo Verde, são realizadas coletas e análise de solo em propriedades de Alto Araguaia, Poconé, Rosário Oeste, Barra do Bugres, São Félix do Araguaia, Matupá, Juína, Pontes e Lacerda e São José dos Quatro Marcos.
Durante o evento, também será realizada a entrega de máquinas do Programa Estratégico de Fortalecimento Estrutural de Assentamentos Rurais e Sustentabilidade da Agricultura Familiar em Mato Grosso, desenvolvido pelo Mapa, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola (Promaq) em 38 municípios mato-grossenses.
O PROGRAMA - O investimento inicial é de R$ 42,8 milhões.
O ministro Fávaro ressaltou a robustez e a eficiência do programa Solo Vivo.
“É uma iniciativa cuidadosamente planejada. Nosso objetivo é recuperar áreas degradadas, fortalecer a agricultura e aumentar a competitividade dos nossos produtos. Esse trabalho terá um impacto na vida de muitas pessoas”, afirmou.
Um exemplo da robustez está na gestão operacional do Programa, que garante a eficiência no campo.
O consultor do Mapa, César Pardini, explica a parte operacional, a gestão técnica e o monitoramento do uso das máquinas e implementos agrícolas.
“Todo o processo começa com as análises de solo feitas pelo IFMT. A partir dos resultados laboratoriais, identificamos as necessidades de cada propriedade e fazemos a aplicação dos insumos necessários, principalmente calcário e fosfato”.
Segundo Pardini, todo o trabalho de correção do solo é acompanhado em tempo real por meio de uma plataforma digital de gestão, chamada Operation Center, que permite monitorar a localização das máquinas, as atividades em andamento e o desempenho de cada operação no campo.
“Isso garante total transparência e eficiência na execução das ações”, destaca.
Já Divino Martins, presidente da Fetagri-MT, explica que o Solo Vivo nasce da necessidade de oferecer aos agricultores familiares condições para melhorar a produtividade e a qualidade dos alimentos produzidos.
“Nossos solos estão cansados, desgastados de tantos anos de uso sem o devido cuidado com a reposição de nutrientes. O projeto vem para corrigir isso, recuperar essas terras e permitir que os agricultores produzam com mais qualidade e segurança”, explica.
Divino destaca que, nesta primeira etapa, cerca de 800 a 1.000 famílias serão atendidas, em propriedades com média de 10 a 15 hectares cada, dentro dos assentamentos.
O projeto piloto em MT contempla ações em 10 municípios do estado: Alto Araguaia, Campo Verde, Poconé, Rosário Oeste, Barra do Bugres, São Félix do Araguaia, Matupá, Juína, Pontes e Lacerda e São José dos Quatro Marcos. Inicialmente, as atividades começam pelos cinco primeiros: Campo Verde, Poconé, São José dos Quatro Marcos, São Félix do Araguaia e Juína.
IFMT LIDERA DIAGNÓSTICO E ANÁLISES - O Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) é responsável por realizar os estudos técnicos, análises laboratoriais e orientar as práticas de correção do solo.
Para o reitor do IFMT, Júlio César dos Santos, a parceria com o Mapa fortalece o papel da extensão tecnológica no atendimento às demandas sociais e econômicas do estado.
“O IFMT tem recebido apoio do Ministério da Agricultura para desenvolver atividades de extensão que, de fato, façam diferença na vida das pessoas que precisam do serviço público no nosso estado. O Solo Vivo é um exemplo prático disso. Vai atuar diretamente no aumento da produtividade dos produtores dos assentamentos, gerando renda, emprego e ajudando a fixar o homem e a mulher no campo”, afirma.
O coordenador do projeto no IFMT, Marcos Valin, também reforça a importância da atuação do Instituto na iniciativa. “
A participação do Instituto Federal de Mato Grosso no Projeto Solo Vivo é motivo de grande orgulho e reflete nosso compromisso em aplicar a ciência e a tecnologia para o desenvolvimento de Mato Grosso”, destaca.
Nesta primeira etapa, que Valin avalia como fundamental para o sucesso do programa, as equipes formadas por professores, técnicos e um número expressivo de 43 estudantes bolsistas, sendo 22 do Ensino Médio Integrado, estão empenhadas em realizar um diagnóstico detalhado e preciso da fertilidade dos solos nos assentamentos rurais do estado.
“Para isso, mobilizamos a expertise presente em dez campi do IFMT, utilizando o inovador software SolIF e laboratórios que estão sendo estruturados com recursos do Mapa”, explica.
O coordenador frisa que este trabalho de coleta, análise e elaboração de laudos técnicos é a base para que o Ministério da Agricultura possa implementar as ações de correção e manejo do solo, fundamentais para transformar a realidade produtiva dos agricultores familiares.

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