Chuvas tardias prejudicam algodão safra em MT, mas beneficiam safrinha
O alongado período chuvoso em Mato Grosso, que chegou a registrar chuvas periódicas até o mês de junho, traz uma consequência negativa às lavouras de algodão safra em Mato Grosso, plantadas no último mês de dezembro. Já os produtores que investiram no algodão safrinha, plantado após a colheita da soja, em fevereiro, comemoram as condições atípicas do clima.
O grande problema é que no mês de junho, ainda atingido por fortes chuvas em algumas regiões do estado, o algodão safra já se encontrava aberto, em seu ciclo final. As plumas expostas, atingidas pela água, perdem qualidade de fibra, resistência e cor, baixando a produtividade.
Produtor de algodão há 12 anos em Campo Verde, Amaury Guolo já calcula o prejuízo. “A produtividade deve cair em torno de 15%”, lamenta. Ele iniciou o plantio em 10 de dezembro e prepara o começo da colheita para esta semana.
“Chover direto até o mês de junho é algo atípico. Eu não me recordo de isto ter acontecido outra vez nos últimos 15 anos”, ressalta Guolo, acrescentando que o mês de maio deste ano registrou mais chuvas que o mês de março, fato inédito.
O outro lado
Em contrapartida, quem optou pelo algodão safrinha acabou sendo beneficiado com a extensão do período chuvoso. Plantado em meados de fevereiro e com colheita prevista para o início de agosto, este algodão ainda estava na fase vegetativa, com seus botões fechados, nas últimas chuvas no mês de junho.
A “água extra” teve como consequência um auxílio fisiológico à planta, rendendo-lhe ganho de rendimento e qualidade.
Pedro Tales Tomazelli, Engenheiro Agrônomo e responsável técnico da Agrosol sementes, também em Campo Verde, estima que o algodão plantado pela empresa possa ter uma produtividade até 20% maior.
“Na safrinha normal, a média é colher em torno de 250 arrobas/hectare, algodão bruto com caroço. Com essas chuvas extras a expectativa é que possamos colher até 300 arrobas/hectare”, revela o agrônomo.
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