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Cidades/Geral
Sexta - 11 de Julho de 2025 às 11:22
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Estado tem 74,5% de suas crianças e adolescentes de zero a 17 anos em pobreza multidimensional
Estado tem 74,5% de suas crianças e adolescentes de zero a 17 anos em pobreza multidimensional

Mato Grosso tem 74,5% de suas crianças e adolescentes de zero a 17 anos em pobreza multidimensional, o que significa que a cada 100 crianças, mais de 70 enfrentam pelo menos uma privação grave em áreas fundamentais para seu desenvolvimento, como falta de moradia digna, ausência de saneamento básico, alimentação, trabalho infantil, acesso à educação e segurança.

O percentual corresponde a aproximadamente 772 mil meninos e meninos na faixa etária.

Dados fazem parte do estudo “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado na quinta-feira (10) e que traz análise sobre oito dimensões essenciais, sendo elas Educação, Informação, Trabalho Infantil, Moradia, Água, Saneamento, Renda e Segurança Alimentar.

O levantamento, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), entre 2019 e 2023, revela um cenário crítico nos 141 municípios mato-grossenses, apesar do avanço em relação a 2017, quando índice estadual era de 78,9%.

Conforme o estudo, Estado tem a mais alta prevalência em relação às privações enfrentadas pelos menores dentre as unidades da Federação que fazem parte do Centro-Oeste.

No vizinho Mato Grosso do Sul, 61,7% dos pequeninos estavam privados de qualquer um de seus direitos fundamentais no ano retrasado; em Goiás eram 55,8% e, no Distrito Federal, 34,1%.

Na dimensão educação, por exemplo, dentre as mais de 772 mil crianças, pouco mais de 608 enfrentavam privação intermediária e 162 mil considerada extrema. A saúde também enfrenta retrocessos em nível estadual.

Outro dado preocupante é referente as mortes violentas intencionais de crianças de zero a nove anos, que aumentaram mais de 450% entre 2022 e 2023, levando-se em consideração números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Já em relação a insegurança alimentar, Mato Grosso reduziu a taxa de 37,5% em 2018 para 33,3% em 2023.

O destaque foi Maranhão, que reduziu sua taxa de insegurança alimentar de 73,5%, em 2018, para 51,3%, em 2023.

Contudo, a situação ainda permanece alarmante em diversos estados. São Paulo, por exemplo, apresentou um acentuado aumento na taxa saltando de 18%, em 2013, para 32,8%, em 2023.

“Esta análise evidencia que, apesar de melhorias em algumas áreas, a insegurança alimentar persiste como um problema social relevante em várias partes do país, inclusive com evolução negativa em regiões que antes apresentavam situação menos grave”, aponta o Unicef.

Em nível nacional, o estudo aponta que o Brasil reduziu o número de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos vivendo na pobreza, em suas múltiplas dimensões.

Em 2017, eram 34,3 milhões (62,5%) e, em 2023, o número caiu para 28,8 milhões (55,9%).

Com relação à pobreza multidimensional extrema, o número passou de 13 milhões (23,8%) para 9,8 milhões (18,8%), no mesmo período.

A redução da pobreza multidimensional foi influenciada principalmente pelo aumento da renda, beneficiado em especial pela ampliação do programa Bolsa Família, e pela melhoria no acesso à informação.

Os dados reforçam ainda a importância de mobilizar os municípios para uma agenda com foco no acesso aos serviços de assistência social, educação e saúde, com qualidade.

O Unicef reforça o convite para que mais prefeituras participem da nova edição do Selo Unicef 2025/2028, cujo prazo de adesão vai até 23 de julho.

Até o momento, 62 cidades mato-grossenses já confirmaram participação, a exemplo de Cuiabá e Várzea Grande.

“Queremos alcançar todas as 142 cidades do Estado. As prefeituras precisam entrar no site do Selo Unicef, assinar a declaração”, disse Mariana Rocha, chefe do Escritório do Unicef para Mato Grosso.





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