Esposa se entrega um dia após PM confessar assassinato de personal A informação foi confirmada pelo delegado Bruno Abreu, responsável pela investigação. Segundo ele, a suspeita passará por interrogatório ainda nesta manhã .
A farmacêutica Aline Valandro Kounz, esposa do policial militar Raylton Mourão, que confessou ter matado a personal trainer Rozeli da Costa Nunes, de 36 anos, no último dia 11, se entregou na manhã desta terça-feira (23).
A informação foi confirmada pelo delegado Bruno Abreu, responsável pela investigação. Segundo ele, a suspeita passará por interrogatório ainda nesta manhã e, posteriormente, deve ser conduzida à audiência de custódia.
Esposa do policial suspeito de matar personal trainer se entrega à polícia. (Foto: reprodução)Apesar de Raylton ter confessado o crime e tentado isentar a esposa, a Polícia Civil ainda investiga o possível envolvimento de Aline no assassinato. Em depoimento, o policial afirmou que agiu sem o conhecimento da esposa e que ela teria fugido a pedido dele.
“Segundo o policial, quando descobriu que havia uma busca — que ele interpretou como prisão, pois o crime havia sido descoberto em dois dias —, teria ligado para ela e dito: ‘Amor, eu fiz uma besteira na minha vida, confia em mim, sai daí agora’. Ela apenas obedeceu e, ao se encontrar com ele, percebeu o que havia acontecido”, relatou o delegado Bruno Abreu.
Raylton também afirmou que, se tivesse conversado com a esposa antes, ela provavelmente o impediria de cometer o crime. “Ele disse que foi uma besteira não ter falado com a esposa, que, se tivesse conversado, ela não o deixaria fazer isso. Mostrou arrependimento, especialmente por ter matado uma mulher que era mãe de dois filhos, e refletiu se o mesmo acontecesse com sua esposa, não saberia lidar. É uma espécie de loucura misturada com empatia”, completou o delegado.
Coisa do demônio
O policial se entregou no último domingo (21) e atualmente está preso no Batalhão da Força Tática, em Cuiabá. Durante o interrogatório, ele confessou que matou Rozeli motivado por uma ação judicial, e afirmou que agiu sob influência de pensamentos que descreveu como “demônio”.
“Ele relata que recebeu uma notificação relacionada a uma batida de trânsito envolvendo a empresa dele, da qual nem sequer havia participado. Disse que passou três dias atormentado por um tipo de demônio em sua cabeça, dizendo ‘mata essa pessoa’. Segundo ele, às três da manhã saiu de moto, sem que a esposa soubesse, e cometeu o crime”, concluiu o delegado.
O crime
Rozeli foi assassinada em 11 de setembro, no bairro Cohab Canelas, em Várzea Grande. Câmeras de segurança flagraram o momento em que dois homens em uma moto se aproximaram do carro da vítima. O garupa efetuou cerca de seis disparos, sem dar chance de defesa.
Na manhã do crime, Rozeli saía de casa para a academia onde trabalhava. Ela deixou dois filhos, de 6 e 12 anos, que estavam dormindo no momento da execução. O marido, caminhoneiro, estava em viagem para o município de Sorriso.

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