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Cidades/Geral
Quarta - 15 de Outubro de 2025 às 10:22
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Área de garimpo ilegal em Aripuanã, no Noroeste de MT: além da violência, região vice surto de malária
Área de garimpo ilegal em Aripuanã, no Noroeste de MT: além da violência, região vice surto de malária

Mato Grosso enfrenta tendência crescente da malária em 2025.

Entre os principais fatores de riscos estão a rápida dispersão de garimpeiros provocada pela desintrusão da Terra Indígena (TI) Sararé e a mobilidade populacional elevada em áreas com transmissão ativa.

O atual cenário levou a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) a emitir alerta epidemiológico com recomendações, especialmente, aos principais municípios afetados.

De acordo com dados da pasta, 553 casos de malária foram registrados, entre janeiro e setembro deste ano, em 23 municípios, com expansão da transmissão autóctone (513) em várias regiões do Estado.

Casos autóctones são aqueles em que a infecção ocorre na própria localidade onde a pessoa vive, sem que tenha se deslocado para outra região com a doença endêmica.

As duas cidades com maior concentração de notificações são Aripuanã (141) e Colniza (67), no Noroeste de Mato Grosso.

Esses dois, segundo boletim epidemiológico, respondem por mais de 50% dos casos autóctones, neste ano.

Mas, também preocupam Pontes e Lacerda (87); Rondolândia (29); Vila Bela da Santíssima Trindade (43); Peixoto de Azevedo; Conquista D’Oeste (22), entre outros 16 municípios (130).

“A rápida dispersão populacional em áreas de garimpo ilegal aumenta o risco de expansão para novos municípios”, alerta no documento.

“É essencial intensificar vigilância, diagnóstico precoce e controle vetorial imediato para evitar agravamento do cenário epidemiológico”, completa.

Para conter o avanço da malária, a Secretaria de Saúde faz quatro recomendações às gestões municipais.

A primeira delas é quanto a atenção clínica e vigilância ou intensificação da busca ativa em áreas críticas (garimpos, pousadas e acampamentos) e a garantia de diagnóstico oportuno (TDR) e tratamento imediato.

Também orienta o controle vetorial; gestão de insumos e a articulação interinstitucional ou intensificação da cooperação entre o próprio órgão estadual de Saúde, distritos sanitários indígenas (Dsei) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), garantindo integração das ações de vigilância, diagnóstico, prevenção e controle da transmissão nas áreas prioritárias.

GARIMPO ILEGAL – Localizada no município de Pontes e Lacerda (448 km ao Oeste de Cuiabá), a TI Sararé está entre as mais afetadas pelo garimpo ilegal, neste ano, no Brasil.

A área, com 67 mil hectares, é habitada por grupos indígenas da etnia nambikwara e está localizada em zona sensível na faixa de fronteira e onde há forte incidência de crimes, como o tráfico de drogas e de armas.

Por lá, uma das últimas desintrusão contra o garimpo ilegal foi realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no fim de setembro passado.

Dessa vez, o alvo da ação foi a área denominada “Garimpo do Cururu”, onde atividades criminosas persistem de maneira intensa e onde estariam concentrados e escondidos criminosos da facção Comando Vermelho (CV).

Não há uma quantidade exata de garimpeiros no território indígena.

Em 2022, a estimativa era de que esse número chegasse em 5 mil, com recuo na atividade nos últimos meses devido as ações de combate à exploração ilegal de ouro.





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